Um recente estudo da University College London, no Reino Unido, vem reforçar a ideia de que o stress pode ser um dos principais desencadeadores da obesidade e, por arrasto, de outros problemas de saúde, como as doenças cardiovasculares e o cancro.
O estudo, citado pela ABC News, conseguiu provar uma ligação entre os níveis elevados de cortisol (hormona responsável pelo estado de stress) e a tendência para a pessoa ser obesa.
A ligação é clara, mas a causa ainda não e a ciência desconfia que o ganho de peso causado pelo stress tenha origem no impacto que exerce no organismo, deixando-o mais vulnerável e incapaz de fazer frente à acumulação de gordura. Contudo, o mesmo estudo não deixa de parte a possibilidade da própria obesidade (ou ganho de peso) ser também um desencadeador do stress, criando-se, assim, um ciclo vicioso com capacidade de ser fatal.
“Não sabemos qual é a verdadeira relação entre o stress e a obesidade. Nós sabemos que há uma ligação, mas não sabemos se é o stress a causar obesidade ou a obesidade a causar stress”, diz uma das autoras do estudo, Sara Jackson.
O estudo
Para a investigação, que começou em 2002, os investigadores analisaram os níveis de cortisol e tiraram medidas ao corpo de 2,257 pessoas com idades entre os 54 e os 87 anos. Os níveis da hormona do stress foram analisados a cada quatro ano e através de análise a fios do cabelo.
A análise aos fios capilares permitiu perceber que as pessoas que concentravam maiores níveis de cortisol eram também as que apresentavam mais peso, mais circunferência abdominal e um índice de massa corporal (IMC) mais elevado, lê-se na publicação.
Neste estudo – realizado maioritariamente junto de pessoas brancas e de nacionalidade britânica – foram classificadas como obesos os homens com uma circunferência abdominal acima dos 111 centímetros e as mulheres com uma circunferência abdominal a rondar os 87 centímetros.
O real impacto da obesidade e do stress na saúde
A obesidade é uma condição médica associada ao estilo de vida – sedentarismo e má alimentação – e carateriza-se pela acumulação anormal ou excessiva de gordura corporal que pode atingir graus capazes de afetar a saúde, sendo o cálculo do índice de massa corporal (IMC) o que mais facilmente pode detetar este problema.
Mas se a obesidade por si só é um motivo de preocupação, as doenças que a ela são associadas fazem soar todos os alarmes possíveis e imaginários, colocando a obesidade no topo de doenças mais fatais em todo o mundo.
Sabe mesmo o que a obesidade faz à saúde? Diabetes, problemas cardiovasculares, depressão, problemas articulares, doenças ósseas, cancro e Alzheimer são apenas algumas das consequências mais diretas e penosas do excesso de peso, que afeta miúdos e graúdos e que pode condicionar as capacidades motoras e reduzir a esperança média de vida em nada mais, nada menos do que oito ano.
No caso das mulheres, a obesidade é um dos problemas de saúde mais preocupantes e dos que mais consequências pode ter, não só a nível de fertilidade, como também no que diz respeito à saúde na velhice - que fica, muitas vezes, já condicionada pela chegada da menopausa.
Quanto ao stress, este é um dos problemas mais atuais e dos que mais tendência tem para agravar. O seu impacto surge não só a nível mental, como também físico e entre as principais consequências estão a depressão, os riscos cardiovasculares, infelicidade, a obesidade, os problemas de pele, as dificuldades em dormir e ocansaço extremo.