Quantas vezes acordou com a roupa da cama tão remexida que só se perguntou como é que não acordou estatelado no chão? O mais extraordinário é que raramente caímos da cama enquanto estamos a dormir e mesmo inconscientes parece que conseguimos manter-nos horas no limitado espaço da nossa cama.
Mas a ciência tem uma explicação para este fenómeno. Ao Buena Vida do AS o Dr. Joaquín Terán, presidente da Sociedade Espanhola do Sono, conta que a explicação para este fenómeno “tem que ver com as fases de regulação do tónus muscular durante as diferentes fases do sono.”
E explica: “Durante as fases do sono em que há atividade onírica (ato de sonhar) e que são quase como a vigília – no fundo, a fase REM -, os estímulos de movimento são inibidos, já que se assim não fosse recrearíamos o que nos acontece ao longo dia com o tónus muscular e a capacidade de nos movermos, e poderíamos pôr em perigo as nossas próprias vidas."
"O sono é como uma escada e apresenta uma estrutura cíclica que se repete a cada 90 a 120 minutos: vigília, sono de ondas lentas (fase 1,2 e 3), sono REM e repete-se o ciclo”, esclarece.
Ao longo deste caminho, certos núcleos do cérebro que controlam, se relacionam e estabelecem sinergia com outros núcleos que, por sua vez, controlam a respiração, o ritmo cardíaco ou os músculos. "Se em algum momento essa sinergia se quebrar, começam a aparecer distúrbios do sono", diz o médico.
Alguns medicamentos que tenham efeito sobre o tónus muscular, mas também o álcool ou as drogas podem afetar a inibição da atividade muscular que ocorre durante o sono e favorecer disfunções como falar durante o sono, levantar-se ou cair da cama.