Israel admite atacar Irão se houver retaliação contra ataque de domingo
Base militar síria foi atacada, no domingo, alegadamente por Israel. Pelo menos 26 iranianos morreram. Benjamin Netanyahu faz "declaração significativa" sobre o acordo nuclear com o Irão esta segunda-feira.
© Reuters
Mundo Médio Oriente
Depois de um ataque a uma base militar na Síria, atribuído a Israel, que matou pelo menos 26 combatentes, na maioria iranianos, o Irão admitiu a possibilidade de retaliar contra o estado judaico. Israel não pretende recuar e já informou os Estados Unidos e a Rússia que atacar solo iraniano não está fora de questão.
Segundo o jornal Haaretz, que cita fontes oficiais israelitas, Telavive estará a equacionar um ataque contra o Irão caso Teerão ataque Israel a partir da Síria.
Esta não é a primeira vez que Israel é responsabilizado por um ataque à Síria. Telavive tem atacado por diversas vezes o seu país vizinho, com o qual está em guerra há várias décadas, visando, sobretudo, alvos militares iranianos e do Hezbollah libanês, que apoiam o regime de Bashar al-Assad.
Depois do ataque da noite de domingo nas províncias de Hama e Alepo, a tensão subiu substancialmente e o gabinete de segurança israelita reuniu-se de urgência esta segunda-feira. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, vai fazer uma declaração às 20h00 locais (17h00 em Portugal Continental), em que, segundo o Haaretz, fará revelações sobre o acordo nuclear iraniano. O gabinete de Netanyahu fala num anúncio "significativo", isto depois de o primeiro-ministro israelita ter estado reunido com o novo secretário de estado norte-americano, Mike Pompeo.
Israel tem sido, ao lado dos Estados Unidos desde que Trump chegou ao poder, o principal oponente ao acordo histórico estabelecido em 2015. Na altura, Barack Obama, juntamente com os parceiros da União Europeia, bem como a Rússia e a China, decidiram levantar as sanções internacionais contra o Irão em troca de um maior controlo sobre o desenvolvimento nuclear de Teerão.
Cerca de três anos depois, contudo, o acordo parece ameaçado. Donald Trump, que tem até 12 de maio para se pronunciar, tem demonstrado o seu desagrado com o mesmo considerando-o “o pior acordo de sempre”, e nem as visitas de Emmanuel Macron e de Angela Merkel o parecem demover da intenção de rasgar o feito diplomático.
Israel segue o mesmo caminho dos Estados Unidos e tem subido a retórica contra Teerão, o seu principal inimigo na região, tal como a Síria.
Telavive teme que o Irão ataque solo israelita a partir da vizinha Síria e, por isso, tem lançado vários ataques contra bases militares sírias, apesar de muitos destes ataques, como o da noite de domingo, não serem confirmados pelas forças israelitas.
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