As equipas de resgate tailandesas estão a trabalhar em conjunto com uma equipa militar norte-americana e com peritos britânicos em cavernas, nas buscas dificultadas por inundações que obrigaram os mergulhadores da Marinha a parar de tentar entrar mais fundo na caverna.
"Não há nada que se possa fazer agora", disse o ministro do Interior Anupong Paojinda, afirmando que é necessário esperar que o nível da água da entrada principal diminua para que os mergulhadores possam entrar.
Segundo as forças SEAL tailandesas, a água aumentou cerca de 15 centímetros por hora durante a noite, complicando os esforços dos mergulhadores para avançarem por passagens estreitas.
As autoridades tiveram também de desligar as bombas de água, que serviam para aumentar o espaço entre a água e o teto, de modo a permitir que os mergulhadores respirassem, devido a riscos elétricos.
Wirachai Songmetta, responsável da polícia, anunciou que mais de 600 socorristas vão procurar possíveis entradas em redor da caverna, pois as pequenas aberturas encontradas até agora não permitem o acesso ao interior.
Paojinda explicou que os socorristas estão atualmente a avaliar três locais em conjunto com o departamento de geologia, explorando-os mais profundamente com recurso a pequenas câmaras.
Cães de resgate e drones estão também a ser utilizados na busca pela equipa de futebol.
Anmar Mirza, coordenador nacional do Comité de Resgate de Cavernas dos Estados Unidos, garantiu que numa situação como esta só é possível bombear a água para que os mergulhadores possam operar e procurar entradas alternativas, adicionando também que a perfuração da caverna seria uma possível hipótese se existisse um mapa de alta qualidade e mais tempo para procurar a equipa.
A idade e saúde dos jovens é uma vantagem à sua sobrevivência, assegurou Mirza, e se a caverna não estiver muito fria podem sobreviver cerca de quatro a cinco dias sem água, e um mês ou mais sem alimentos, mas com água.
"A nossa maior preocupação é que eles fiquem desesperados e entrem nas águas rápidas", disse Mirza.
Os rapazes e o seu treinador de 25 anos entraram na caverna, situada na província de Chiang Rai, no final da tarde de sábado. Segundo o testemunho de uma mãe, o filho não regressou após o treino, desencadeando a busca.
Alguns dos pais dos jovens desaparecidos passaram as noites em tendas fora da caverna enquanto a chuva caía. Os médicos esperaram numa tenda próxima. Junto da entrada da caverna encontram-se bicicletas, mochilas e chuteiras de futebol que os rapazes deixaram para trás na entrada.
O complexo de cavernas estende-se ao longo de quilómetros de câmaras amplas e passagens estreitas com afloramentos rochosos e vários desníveis. Ainda assim, as autoridades manifestaram-se esperançadas de que os rapazes tenham encontrado um espaço seguro que os mantenha longe das inundações.
A caverna, aberta na encosta de uma montanha perto da fronteira com Mianmar, pode inundar fortemente durante a estação das chuvas, que vai de junho a outubro, e há avisos dissuadindo a exploração.
Não é a primeira vez que o treinador, Ekkapol Janthawong, e os jovens entram nas cavernas, segundo as autoridades e fotografia publicadas nas redes socias.