Edward George Ganster, falecido há quatro anos, foi um dos mais de 300 nomes da Igreja Católica, nos Estados Unidos, a ser apontados como suspeitos de abusar sexualmente de crianças. O padre afastou-se discretamente da paróquia onde trabalhava, Allentown, mas o que aconteceu a seguir só é agora revelado.
De acordo com o relatório apresentado agora no tribunal da Pensilvânia, os superiores de Ganster na paróquia de Allentown já sabiam em 1990 que as suas transgressões eram, "pelo menos parcialmente, de natureza sexual", levando a que o próprio pedisse para abandonar a vida religiosa, para se casar.
Mesmo tendo abandonado a igreja, a diocese escreveu-lhe uma carta de recomendação para um novo trabalho: guiar um comboio no parque infantil Disney World, em Lake Buena Vista, na Flórida, escreve a Newsweek.
A primeira vítima de Ganster contou a sua história em 2002, quando já era adulto, e quando começaram a surgir os vários relatos de vítimas de abusos sexuais na igreja católica. Nessa altura, Ganster ainda guiava comboios no parque infantil.
Os relatos de vítimas de Ganster foram-se sucedendo, mas o padre manteve o trabalho durante 18 anos. O relatório descreve, assim, os abusos sexuais como "sistemáticos" e que os chefes da igreja católica "preferiam proteger os abusadores e a instituição acima de tudo o resto".
Recorde-se que o Supremo Tribunal do estado da Pensilvânia divulgou um relatório sobre o alegado abuso sexual de menores no seio da Igreja Católica que terá envolvido cerca de 300 clérigos nos últimos 70 anos.