Berlim vai aumentar ajuda a agência da ONU para refugiados palestinianos

Berlim apelou hoje aos seus parceiros europeus para aumentarem as doações à agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), alvo de cortes drásticos na ajuda norte-americana, e anunciou uma subida da contribuição alemã.

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© Reuters

Lusa
31/08/2018 17:51 ‧ 31/08/2018 por Lusa

Mundo

UNRWA

Após a redução da ajuda norte-americana está em causa a capacidade de trabalho da organização internacional, escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, numa carta dirigida aos seus homólogos europeus.

Os Estados Unidos, historicamente o principal país doador daquela agência das Nações Unidas, cortaram a sua ajuda à UNRWA - de 350 milhões de dólares (301,6 milhões de euros) em 2017 para os 60 milhões (51,7 milhões) este ano -- num contexto de tensões americano-palestinianas, nomeadamente devido ao reconhecimento por Washington de Jerusalém como a capital de Israel.

A UNRWA, que presta ajuda ao nível da educação e saúde a três milhões de palestinianos dos cinco milhões registados como refugiados, encontra-se em dificuldades devido à decisão norte-americana de reduzir a sua contribuição.

"Preparamo-nos para disponibilizar recursos mais substanciais", indica Maas na carta, sem precisar os valores. Considera, no entanto, que tal não será suficiente para compensar o corte norte-americano e defende que a União Europeia deve "fazer novos esforços".

Segundo Maas, a Alemanha contribuiu com 81 milhões de euros para a UNRWA em 2017.

O chefe da diplomacia alemã considera ainda que a agência da ONU é "um fator chave para a estabilidade, em particular na faixa de Gaza" e que a sua paralisia poderá "desencadear uma reação em cadeia incontrolável".

Criada em 1949, a UNRWA apoia refugiados palestinianos - sobreviventes ou descendentes das centenas de milhares que fugiram ou foram expulsos durante a guerra que se seguiu à criação do Estado de Israel em 1948 - em Jerusalém Oriental, Cisjordânia, Gaza, Líbano, Síria e Jordânia.

A agência, que emprega mais de 20.000 pessoas, a grande maioria palestinianos, anunciou o mês passado a decisão de despedir mais de 250 em Gaza e na Cisjordânia ocupada.

 

 

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