A noiva de Jamal Khashoggi, o jornalista saudita morto após ter entrado no consulado do seu país em Istambul, falou publicamente sobre o caso.
Em visita a Londres, Hatice Cengiz apelou à busca pela verdade, ainda que para tal se tenha de colocar de parte interesses económicos. A viúva do colunista do Washington Post referiu que tem ficado desiludida com a postura de alguns países, criticando em particular Donald Trump e os Estados Unidos, há muito aliados estratégicos de Riade.
"Estou desapontada com as ações tomadas pelos líderes de muitos países, em particular dos EUA", afirmou.
"O presidente Trump deveria ajudar a revelar a verdade e a garantir que a justiça é feita. Ele não devia abriu caminho ao encobrimento do homicídio do meu noivo. Não deixemos o dinheiro manchar a nossa consciência e comprometer os nossos valores", apontou, citada pela Reuters.
Recorde-se que, depois de várias versões, Riade já admite não apenas a morte mas a premeditação no homicídio de Jamal Khashoggi.
O jornalista entrou a 2 de outubro no consulado saudita em Istambul, na Turquia, e nunca mais tinha sido visto. Segundo as autoridades e imprensa turcas, terá sido interrogado, torturado e esquartejado numa tentativa de encobrir o caso.
O homicídio trouxe tensões diplomáticas e levou a um aumento de pressão por parte de Ancara. O próprio presidente turco falou publicamente do caso, exigindo o apuramento da verdade.