"Para que uma investigação possa ser feita sem surgirem considerações políticas, a participação de especialistas internacionais, com pleno acesso às provas e testemunhas, seria altamente desejável", declarou Michelle Bachelet num comunicado.
Sublinhou a importância de se determinar se "foram cometidos crimes graves de direitos humanos, como tortura, execução sumária ou desaparecimento forçado" e de identificar todos os envolvidos "no crime, independentemente da sua função oficial".
"Exorto as autoridades sauditas a revelarem o local onde se encontra o corpo sem demoras ou adiamentos", adiantou a alta comissária, chamando a atenção para a importância da sua autópsia.
Trata-se da terceira vez que Bachelet divulga um comunicado sobre o assassínio do jornalista, ocorrido a 02 de outubro no consulado da Arábia Saudita em Istambul (Turquia).
O seu apelo ocorre no mesmo dia em que o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, voltou a pressionar Riade, pedindo ao procurador-geral da Arábia Saudita, que se deslocou ao consulado do seu país em Istambul, para identificar os patrocinadores.
Sob pressão internacional, Riade reconheceu após vários dias o assassínio do jornalista crítico do regime no seu consulado numa operação "não autorizada", mas apresentou várias versões contraditórias que suscitaram ceticismo.
As autoridades sauditas detiveram 18 pessoas e opuseram-se à sua extradição pedida por Erdogan.
Mais de três semanas depois do assassínio, os investigadores turcos continuam a tentar encontrar o corpo de Khashoggi.