Coletes amarelos: Mais de 700 detidos com atuação mais dura da polícia

De acordo com os meios franceses, os protestos deste sábado não foram tão violentos como os do fim-de-semana passado. Uma maior preparação por parte das autoridades poderá ser a razão.

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Anabela de Sousa Dantas
08/12/2018 17:23 ‧ 08/12/2018 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo

França

A medição de forças com o governo francês foi mitigada esta última semana, com um recuo na decisão de aumentar a taxação sobre os combustíveis, mas os 'coletes amarelos' continuam na rua, mantendo-se o sentimento de insatisfação e de impasse social. Deixou de ser um braço-de-ferro político e tornou-se numa espécie de punho de ferro sobre a governação do presidente Emmanuel Macron.

De acordo com os meios franceses, os protestos deste sábado não foram tão violentos como os do fim-de-semana passado. Uma maior preparação por parte das autoridades poderá ser a razão.

O governo e as autoridades estimam que cerca de 31 mil pessoas tenham saído à rua este sábado, em cidades como Paris, Lyon e Toulouse. Esperando-se uma nova situação de guerrilha urbana, foi destacado para as ruas de França um contingente de 89 mil agentes, sendo que 8 mil estavam em Paris.

Adotando uma estratégia mais dura, os agentes revistaram os manifestantes, o que levou a dezenas de detenções preventivas logo no início dos protestos. Foram também usados canhões de água e gás lacrimogéneo em cargas sobre os manifestantes, na capital francesa.

Por volta das 17h locais (16h em Lisboa), tinham sido detidos mais de 700 'coletes amarelos' e outros manifestantes, sendo que mais de 550 foram detidos em Paris. Cerca de mil pessoas foram ainda identificadas pela polícia.

No meio dos tumultos, alguns carros foram incendiados e algumas lojas foram saqueadas, tendo-se registado 55 feridos, três deles polícias. 

Em Paris, foram excecionalmente mobilizados veículos blindados da polícia militarizada, tendo circulado para dissuadir os manifestantes ou destruir barricadas. Quando os 'coletes amarelos' começaram a abandonar a cidade, deram lugar a grupos de jovens vestidos de negro e de cara tapada que continuam a pilhar e a destruir a capital francesa.

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