A medição de forças com o governo francês foi mitigada esta última semana, com um recuo na decisão de aumentar a taxação sobre os combustíveis, mas os 'coletes amarelos' continuam na rua, mantendo-se o sentimento de insatisfação e de impasse social. Deixou de ser um braço-de-ferro político e tornou-se numa espécie de punho de ferro sobre a governação do presidente Emmanuel Macron.
De acordo com os meios franceses, os protestos deste sábado não foram tão violentos como os do fim-de-semana passado. Uma maior preparação por parte das autoridades poderá ser a razão.
O governo e as autoridades estimam que cerca de 31 mil pessoas tenham saído à rua este sábado, em cidades como Paris, Lyon e Toulouse. Esperando-se uma nova situação de guerrilha urbana, foi destacado para as ruas de França um contingente de 89 mil agentes, sendo que 8 mil estavam em Paris.
Adotando uma estratégia mais dura, os agentes revistaram os manifestantes, o que levou a dezenas de detenções preventivas logo no início dos protestos. Foram também usados canhões de água e gás lacrimogéneo em cargas sobre os manifestantes, na capital francesa.
Les CRS chargent de nouveau. Énorme mouvement de foule rue de la pépinière en direction de St Lazare. #GiletsJaunes pic.twitter.com/QYFAciZr9r
— Victor Tassel (@victor_tassel) 8 de dezembro de 2018
Por volta das 17h locais (16h em Lisboa), tinham sido detidos mais de 700 'coletes amarelos' e outros manifestantes, sendo que mais de 550 foram detidos em Paris. Cerca de mil pessoas foram ainda identificadas pela polícia.
No meio dos tumultos, alguns carros foram incendiados e algumas lojas foram saqueadas, tendo-se registado 55 feridos, três deles polícias.
Le Grand café Fauchon (Madeleine) pris pour cible il y a quelques minutes. Même si un peu partout dans Paris, le calme est revenu --> https://t.co/LkZIS7Ty1z pic.twitter.com/NiIsvQbEvT
— Le Parisien (@le_Parisien) 8 de dezembro de 2018
Em Paris, foram excecionalmente mobilizados veículos blindados da polícia militarizada, tendo circulado para dissuadir os manifestantes ou destruir barricadas. Quando os 'coletes amarelos' começaram a abandonar a cidade, deram lugar a grupos de jovens vestidos de negro e de cara tapada que continuam a pilhar e a destruir a capital francesa.