Morreu o designer da Chanel, Karl Lagerfeld
Tinha 85 anos.
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Mundo Luto
Karl Lagerfeld, o icónico designer da marca Chanel, morreu, aos 85 anos.
O diretor criativo da marca estava doente há várias semanas, uma luta que terá chegado ao fim esta terça-feira, dia 19 de fevereiro, segundo avança a imprensa francesa.
Lagerfeld faltou a dois espetáculos de alta costura da Chanel, em Paris, no dia 22 de janeiro. Esta foi a primeira vez que o costureiro faltou a um evento da marca, tendo a Chanel justificado a sua ausência referindo, apenas, que estava "muito cansado".
Karl Otto Lagerfeld, que nasceu em Hamburgo a 10 de setembro de 1933 e morreu em Paris aos 85 anos, era atualmente o diretor criativo da Chanel e da casa de moda italiana Fendi. Foi um dos maiores rostos da marca durante três décadas, produzindo cerca de oito coleções por ano. Dirigia também a criação da sua própria marca.
O percurso de Karl Lagerfeld
Em 1954, Karl Lagerfeld venceu o concurso organizado pelo Secrétariat de la Laine, ex-aequo com Yves Saint Laurent (que morreu em 2008), de quem se tornou amigo. Depois disso, Pierre Balmain contratou-o. Karl Lagerfeld ficou três anos na casa Balmain, até se tornar diretor criativo da Jean Patou.
No início da década de 1960, começou a trabalhar como designer independente de moda, fazendo criações para várias casas de moda em simultâneo.
"Sou o primeiro a fazer nome com um nome que não era seu. Devo ter uma mentalidade de mercenário", disse.
Em 1964, Karl Lagerfeld começou a trabalhar com a Chloe, relação que se manteve durante vinte anos, um ano antes do início da sua relação com a Fendi.
Para o público em geral, o nome do criador alemão mantém-se indissociável da Chanel, casa para onde entrou em 1983 como diretor criativo, cargo que manteve até morrer.
Na altura em que entrou na Chanel, a marca estava em declínio e Karl Lagerfeld conseguiu torná-la de novo jovem e desejada.
Ao longo de 30 anos, foi reinventando a Chanel a cada estação. As coleções foram apresentadas em cenários que reconstituiam supermercados, galerias de arte ou a rua, algo que tornava os desfiles um sucesso nas redes sociais.
Quando criou a 'KARL LAGERFELD', em 1984, manteve as colaborações com a Chanel e a Fendi. Além de roupa, criou também acessórios e gadgets aos quais aplicou a sua própria imagem -- rabo de cavalo, grandes óculos escuros pretos e golas elevadas - que se tornou um logotipo.
Entre outras colaborações, com marcas como a Wolford, a Diesel, a Volkswagen ou a Coca-Cola, destaca-se a relação com a H&M: o alemão foi o primeiro designer de moda de renome a ser convidado pela marca sueca, para criar uma coleção cápsula, composta por 30 peças e posta à venda em 2004.
No final da década de 1980 passou para o outro lado das câmaras, ao começar a fotografar as suas campanhas.
Em 1999, abriu uma livraria em Paris, a 7L e, um ano depois, lançou a editora literária Editions L7, especializada em fotografia, em particular.
A sua mudança de visual, no início da década de 2000, com a perda de 42 quilos, levou-o a publicar um livro "The 3D Diet", que, de acordo com informação divulgada no 'site' de Karl Lagerfels, "vendou dezenas de milhares de cópias em todo o mundo".
Na altura, afirmou que tinha perdido tanto peso para ter "uma boa cintura" e conseguir entrar nas peças criadas por Hedi Slimane.
Mais recentemente, em 2017, desenhou duas suites do Hôtel de Crillon, em Paris, e, no ano passado, um hotel de seis estrelas, com 290 quartos, em Macau.
Confira imagens da vida e carreira do icónico estilista aqui.
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