Milhares no centro da capital da Argélia contra 5.º mandato do Presidente
Milhares de pessoas saíram hoje para as ruas na Argélia, pela terceira sexta-feira consecutiva, para protestar contra a candidatura do Presidente Abdelaziz Bouteflika a um quinto mandato nas eleições de 18 de abril.
© Reuters
Mundo Candidatura
Em Argel, como nas sextas-feiras anteriores, uma multidão de jovens e menos jovens partiu de várias zonas da capital com destino aos três principais pontos de protesto: o palácio presidencial e as praças do Primeiro de Maio e Grand Post.
Em todos aqueles locais encontraram um amplo dispositivo policial, que inclui polícia de choque, blindados e até helicópteros, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
"Pensavam que íamos parar, mas este é um desejo que está aqui dentro", disse à EFE uma das jovens que seguia por uma das principais ruas comerciais de Argel e que não quis ser identificada.
"Não nos serve o que disseram (organizar uma segunda consulta para eleger um sucessor depois das presidenciais), queremos a mudança já, ele (Bouteflika) deve sair", adiantou a jovem, enquanto a multidão à sua volta gritava "não ao quinto mandato", "Bouteflika fora já".
O número de manifestantes ainda deve aumentar após as 14:00 locais (13:00 em Lisboa), quando termina a grande oração de sexta-feira, apesar de na quinta-feira, numa mensagem dirigida aos cidadãos por ocasião do Dia Internacional da Mulher, o Presidente ter alertado para o risco de caos.
Bouteflika apelou à "vigilância" contra uma possível "infiltração" do atual movimento de contestação contra a sua candidatura a um quinto mandato, suscetível de provocar o "caos", numa mensagem difundida pela agência oficial APS.
Ao anunciar a sua candidatura em 10 de fevereiro, Bouteflika desencadeou a maior vaga de contestação nas ruas desde que foi eleito pela primeira vez, há precisamente 20 anos.
Aos 82 anos, e enfraquecido por um AVC em 2013, que o impede de se dirigir de viva voz à população e que o limita a raras saídas públicas, o Presidente Bouteflika está hospitalizado desde 24 de fevereiro em Genebra (Suíça) para "exames médicos periódicos", segundo a Presidência argelina.
Embora o seu diretor de campanha, Abdelghani Zaalane, tenha garantido que o estado de saúde do chefe de Estado não inspira "qualquer inquietação", diversos meios de comunicação suíços referiram que a saúde de Bouteflika está em permanente perigo devido à degradação do seu sistema neurológico.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com