"Tomei a decisão de renunciar ao mandato de Presidente", declarou Nazarbaiev, 78 anos, durante uma alocução transmitida pela televisão.
Nazarbaiev vai, no entanto, dispor de poderes alargados após a sua renúncia à presidência, devido a uma lei votada em 2018 e ao seu estatuto de "Pai da Nação", que lhe garante imunidade judicial e uma função influente.
Nursultan Nazarbaiev assumiu o poder no Cazaquistão em 1989, quando o país ainda mantinha o estatuto de república soviética e na qualidade de primeiro secretário do Partido Comunista, e conservou o poder após a independência, em 1991, na sequência da desagregação da União Soviética.
Reeleito diversas vezes com maiorias esmagadoras, nunca designou de forma clara um sucessor.
Este anúncio surge um mês após a brusca demissão do governo cazaque pelo presidente, descontente com os maus resultados económicos.
Na altura, Nazarbaiev prometeu medidas sociais para responder ao crescente descontentamento da população, a menos de um ano das próximas eleições presidenciais.
Após a morte, em setembro de 2016, do autoritário Islam Karimov no vizinho Uzbequistão, Nazarbaiev mantinha-se como o único dirigente na ex-URSS à frente do seu país desde 1991.
O Cazaquistão, com quase três milhões de quilómetros quadrados, mas menos de 20 milhões de habitantes (incluindo 67% de cazaques e 21% de russos), permanece a maior economia da Ásia central.
No entanto, a sua economia também foi muito afetada pela queda dos preços do petróleo e os reflexos das sanções ocidentais aplicadas ao seu vizinho russo, que motivaram designadamente a queda da sua moeda.
No verão de 2016 o país foi confrontado com uma vaga de violência atribuída a islamitas radicais.
O Cazaquistão integra a Comunidade de Estados Independentes (CEI), a organização intergovernamental regional de dez repúblicas pós-soviéticas da Eurásia.