Alteração do nome domina presidenciais de domingo na Macedónia do Norte

A nova designação da Macedónia, após a alteração do seu nome oficial para República da Macedónia do Norte, tornou-se no tema central das eleições presidenciais que decorrem domingo nesta ex-república jugoslava do sul dos Balcãs.

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Lusa
20/04/2019 09:11 ‧ 20/04/2019 por Lusa

Mundo

Sufrágio

Os eleitores, num país com 2,1 milhões de habitantes, deverão eleger o sucessor do atual chefe de Estado, o conservador Gjorge Ivanov, que desempenha o cargo desde maio de 2009 e não pode repetir o mandato.

Stevo Pendarovski, que se apresenta pelo social-democrata SDMS, do primeiro-ministro Zoran Zaev, defendeu a alteração do nome num comício que decorreu em Skopje no início desta semana. E perante os apoiantes recordou que o Acordo de Prespes com a Grécia permitirá ao pequeno país tornar-se Estado-membro da NATO.

A candidata Siljanovska Davkova, do conservador VMRO-DPMNE, na oposição e de onde provém o Presidente cessante, acusou por sua vez o atual Governo liderado pelo social-democrata Zoran Zaev pela "dolorosa" alteração do nome, a quem também acusou de corrupção e nepotismo.

A Macedónia do Norte e a Grécia alcançaram um acordo em 2018 para terminar com quase três décadas de contencioso sobre o nome da Macedónia.

Caso nenhum candidato obtenha mais de 50% dos votos na primeira volta, a segunda votação entre os dois primeiros concorrentes foi agendada para 05 de maio.

No entanto, o resultado apenas será validado caso a taxa de participação atinja um mínimo de 40%. Caso contrário o escrutínio deverá ser repetido.

Na quinta-feira, o ministro da Justiça admitiu duas opções no caso de uma elevada abstenção no escrutínio de domingo: a eleição do chefe de Estado por eleições diretas na segunda volta sem um limite de taxa de participação, ou a sua eleição pelos deputados no parlamento.

O Presidente eleito, com funções essencialmente protocolares, será o quinto desde a proclamação da independência da Macedónia do Norte em 1991, em plena desagregação da Jugoslávia federal.

O primeiro chefe de Estado foi Kiro Gligorov, entre 1991 e 1999; seguiram-se Boris Trajkovski (1999 a 2004), Branko Crvenkovski (2004 a 2009), e o atual titular, Gjorge Ivanov.

Os resultados deverão constituir uma indicação sobre a disposição política da população na sequência do Acordo de Prespes sobre a alteração do nome, e muito contestado nos dois países.

O atual Presidente foi o principal opositor deste acordo, tendo-se inclusive negado a assiná-lo, numa posição idêntica quando lhe foi apresentada a lei que permitiu o albanês como segunda língua oficial do país. Por fim, o acordo acabou por ser legitimado pelos parlamentos dos dois países.

O Presidente do país é comandante em chefe das Forças Armadas, fornece o mandato para a formação de um novo governo, assina leis e acordos internacionais e designa embaixadores.

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