"O exército e a polícia reprimiram um ataque a um centro de tratamento do Ébola em Katwa e um Mai-Mai (rebelde) foi morto na contraofensiva das forças de segurança", disse o presidente da câmara de Butembo (Kivo do Norte), Sylvain Kanyamanda ,à agência noticiosa AFP.
Segundo Kanyamanda, que apelou aos habitantes para apoiarem as equipas de resposta ao Ébola, dois doentes morreram também depois de o pessoal médico fugir da instalação hospitalar.
Nesta área do Kivu do Norte, a resposta ao Ébola tem sido dificultada pela presença de grupos armados e "resistências" de parte da população (negação da doença, recusa de prevenção, de tratamento e de funerais "dignos e seguros" conduzidos pela Cruz Vermelha).
No leste do Congo, os Mai-Mai referem-se a membros de milícias armadas de autodefesa da comunidade.
Esta é a primeira vez que esta doença mortal atingiu uma zona de conflito. Muitos acreditam erradamente que o vírus foi levado para a região para que as pessoas pudessem ganhar dinheiro com a comunidade local.
A desconfiança e a violência impediram seriamente os esforços para travar o surto. A Organização Mundial da Saúde alertou na semana passada que a doença poderia espalhar-se para além das duas províncias congolesas se a violência continuar.
"Desde o início da epidemia, o número acumulado de casos é de 1.680, dos quais 1.592 confirmados e 88 prováveis. No total, registaram-se 1.117 mortes (1.029 confirmadas e 88 prováveis) e 450 pessoas foram curadas", indicaram as autoridades.
Por outro lado, este surto, declarado em agosto nas províncias de Kivu do Norte e Ituri, já contaminou 99 trabalhadores de saúde, incluindo 34 que morreram, de acordo com autoridades sanitárias congolesas.
De acordo com o boletim diário do Ministério da Saúde, divulgado no domingo, um bebé de 42 dias foi curado desta febre hemorrágica.
A atual epidemia de febre hemorrágica Ébola é a décima e a pior registada em solo congolês desde 1976. É a segunda mais grave depois da da África Ocidental em 2014 (mais de 11.000 mortes na Guiné-Conacry, Serra Leoa e principalmente na Libéria).