Fontes da luta antiterrorista, citadas hoje pela imprensa espanhola, confirmaram a detenção destes dois dirigentes e mais dois colaboradores daquele grupo, que eram procurados por delitos de pertença a uma associação terrorista, posse e transporte de explosivos e falsificação de documentos.
A Resistência Galega nasceu em 2005 com a publicação de um manifesto constituinte e é considerada a herdeira do Exército Guerrilheiro do Povo Galego Ceive.
Desde esse ano, a organização foi responsável por cerca de sessenta ações violentas, uma parte delas utilizando explosivos caseiros, contra partidos políticos, instituições, bancos e empresas, sem causar vítimas mortais.
O último ataque, na madrugada de 01 de outubro de 2014, destruiu parcialmente os paços do concelho de Baralla (Galiza) com uma explosão violenta.
Segundo a agência Efe, a denominada "operação lusista" ainda está a decorrer e os investigadores suspeitam que García Matos e Losada Camba poderiam ter fugido há anos para Portugal, de onde continuariam a dirigir um número indeterminado, mas reduzido, de membros ativos não identificados pela polícia.
Nos últimos anos foram desmantelados vários comandos da organização, mas García Matos e Losada Camba permaneciam em liberdade e os investigadores estavam convencidos de que, com eles, a Resistência Galega mantinha os conhecimentos técnicos para continuar a fabricar explosivos.
Os dois estão entre os terroristas mais procurados de Espanha há anos, estando classificados com o "código vermelho" da Interpol: mandado internacional de busca e captura.
Desde 2007, foram detidas, pelo menos, 40 pessoas ligadas à organização terrorista e a última operação contra o grupo teve lugar em 21 de junho de 2017, quando a Guarda Civil (GNR espanhola) prendeu em várias cidades galegas três pessoas que dirigiam uma rede de exaltação e apologia da atuação da organização.
De acordo com o Ministério do Interior (Administração Interna), a Resistência Galega é a única organização terrorista ainda ativa em Espanha.
A Audiência Nacional, um tribunal especial que trata os crimes mais graves, estima que a organização terrorista teve a sua origem em 2005, quando "Toninho" iniciou a refundação do Exército de Guerrilha do Povo Galego Ceive, organização à qual pertencia e pela qual chegou a ser preso.