O Papa Francisco destacou a morte no texto que preparou para celebrar a Quarta-Feira de Cinzas, que marca o arranque da Quaresma para os católicos. O Sumo Pontífice afirmou que "não adianta tentar exorcizar a morte, temos de lidar com ela".
"As cinzas sagradas, esta noite, serão espalhadas nas nossas cabeças. Elas reavivam em nós a memória do que somos, mas também a esperança do que seremos. Recordam-nos que somos pó, mas põem-nos no caminho da esperança, porque Jesus desceu ao pó da Terra e, com a sua ressurreição, arrasta-nos com ele para o coração do Pai", escreveu o Papa Francisco, num excerto do texto destacado pelo jornal italiano La Repubblica.
A substituir o Papa na cerimónia desta quarta-feira está o cardeal italiano Angelo De Donatis, que leu a mensagem de Francisco.
"Esta condição de fragilidade recorda-nos o drama da morte que, nas nossas sociedades de aparência, tentamos exorcizar de muitas maneiras e marginalizar até das nossas próprias línguas, mas que se impõe como uma realidade com a qual devemos lidar, sinal da precariedade e transitoriedade da nossa vida", afirmou Angelo De Donatis, lendo a mensagem de Francisco.
O Papa Francisco, hospitalizado com pneumonia nos dois pulmões, descansou bem durante a última noite e acordou pouco depois das 08h00 (07h00 em Lisboa), comunicou o Vaticano num breve comunicado esta quarta-feira de manhã.
Retomou esta noite a ventilação mecânica não invasiva com máscara e deverá voltar a utilizar cânulas nasais para receber grandes fluxos de oxigénio durante o dia.
Francisco está internado desde o dia 14 de fevereiro devido a uma bronquite.
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