O Tesouro norte-americano acusou também os rebeldes de "liderarem o contrabando de armas" para zonas do Iémen controladas pelos insurgentes.
Nesse sentido, incluiu no Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC) os nomes de sete comandantes huthis, incluindo o porta-voz rebelde Mohammed Abdulsalam, por facilitarem o fornecimento de armas a zonas sob o seu controlo e negociarem acordos de armamento com Moscovo.
A ele juntam-se seis outros membros superiores das milícias do grupo.
Segundo um comunicado do Tesouro norte-americano, um oitavo comandante dos Huthis, Abduluali Abdo Abdo Hassan al-Jabri, foi igualmente sujeito às mesmas restrições por ter utilizado uma das suas empresas - também sancionada - para "facilitar a transferência de civis iemenitas para combater ao lado de unidades do exército russo na Ucrânia em troca de dinheiro".
Entre outros efeitos, as sanções negam aos visados e às empresas o acesso a quaisquer bens ou ativos financeiros detidos nos Estados Unidos e impedem as empresas e os cidadãos norte-americanos de fazerem negócios com elas.
"Ao tentar obter armas de uma variedade de fornecedores internacionais, os líderes Huthis estão a demonstrar a sua intenção de continuar as ações imprudentes e desestabilizadoras na região do Mar Vermelho", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
O governante norte-americano garantiu que Washington continuará a usar "todas as ferramentas" à sua disposição para "interromper as atividades terroristas dos Huthis e diminuir a sua capacidade de ameaçar funcionários e pessoal dos EUA".
Por seu lado, o Departamento de Estado norte-americano indicou, também num comunicado, que a administração do Presidente Donald Trump fará "tudo o que estiver ao seu alcance para contrariar a violência exercida pelos Huthis e trabalhar com o governo internacionalmente reconhecido para pôr fim a todas as suas capacidades".
"Estamos empenhados em levar os Huthis à justiça por obterem armas e munições de fornecedores da Rússia, China e Irão, bem como por ameaçarem a segurança no Mar Vermelho", disse.
A medida surge apenas um dia depois de a administração dos EUA ter adicionado oficialmente os rebeldes Huthis, movimento político-religioso de maioria xiita do Iémen, à sua lista de organizações terroristas, em conformidade com a ordem executiva assinada no final de janeiro por Trump.
Desde 2023, os Huthis lançaram "centenas de ataques" contra embarcações comerciais no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, bem como contra militares norte-americanos e parceiros regionais dos EUA, segundo o Departamento de Estado.
Estes ataques, segundo os insurgentes, destinam-se a apoiar e a defender a causa palestiniana na sequência da ofensiva lançada por Israel após os ataques do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e de outras fações palestinianas a 07 de outubro de 2023.
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