O itinerário da marcha de 100 quilómetros traça a rota tomada pelos muçulmanos bósnios enquanto fugiam quando a cidade foi capturada pelos sérvios-bósnios durante a guerra dos anos 90.
Mais de 8.000 homens e rapazes foram mortos dentro e nos arredores do enclave protegido pela ONU em julho de 1995.
Embora o massacre tenha sido considerado como genocídio pelos os tribunais internacionais, as autoridades sérvias e bósnias ainda negam que esse tipo de crime tenha acontecido.
Muitos dos que tentavam fugir da cidade, sob o forte calor, sem alimentos ou água foram emboscados nas rotas das florestas, acabando por ser mortos no local ou levados para centros coletivos, onde eram executados e colocados em valas comuns.
"Eu participei nesta marcha porque quero sentir o que elas (as vítimas) sentiram quando o fizeram", declarou Zehrudin Bosnjakovic, um adolescente que participou na iniciativa.
"É difícil para mim agora, mas tenho a certeza que foi muito mais difícil para eles na época", acrescentou.
Até agora, os restos mortais de mais de 6.600 pessoas foram encontrados e enterrados num centro em homenagem às vítimas, perto de Srebrenica. Os restos de outras 33 vítimas serão enterradas no 24º aniversário do massacre, na próxima semana.
"Nós temos de trabalhar para sensibilizar as pessoas para a importância desta marcha", disse Mevludin Ibrisevic, um refugiado bósnio a viver na Austrália, que estava entre as cerca de 5.000 pessoas presentes.
"Temos de reviver as memórias daqueles que morreram enquanto escapavam", acrescentou Ibrisevic.