Adama Gaye apresenta-se como um militante pela "justiça, transparência e progresso", depois de ter sido jornalista em vários meios de comunicação social. É autor de vários artigos publicados na imprensa senegalesa e nas redes sociais a denunciar a má gestão das autoridades senegalesas sobre o dossiê do petróleo e do gás no Senegal, onde a exploração em grande escala deverá começar em 2021/2022.
O jornalista foi interpelado na segunda-feira de manhã em Dacar, capital do Senegal, pela Divisão de Investigação Criminal da Polícia Judiciária atribuindo-lhe "a difusão de escritos contrários aos bons costumes" e acusando-o de "ofensa ao chefe de Estado", explicou à AFP o seu advogado, Cheikh Khouraissy Ba.
Segundo a imprensa local, o jornalista fez publicações recentes no Facebook sobre a vida privada do chefe de Estado senegalês.
Segundo o advogado, o procurador dispõe agora de um prazo de quatro dias, a contar de segunda-feira à tarde, para decidir sobre uma eventual acusação.
"Considero-me como um prisioneiro de opinião, um preso político retido pelos seus escritos baseados em factos precisos, [que são] questões vitais para reportar à sociedade nacional do Senegal, nomeadamente a gestão dos hidrocarbonetos", disse hoje à AFP Adama Gaye, na presença do seu advogado.
Adama Gaye, autor em 2006 de 'China-África: O Dragão e a Avestruz', nos últimos meses colocou em causa o Presidente senegalês e o seu irmão Aliou Sall sobre a gestão dos hidrocarbonetos que agita desde há dois meses a classe política e os media do país.