Segundo um porta-voz policial, Kay Makhubele, populares na cidade satélite de Joanesburgo assaltaram e pilharam várias lojas propriedade de cidadãos estrangeiros durante a noite de quarta-feira, nas áreas residenciais de Moroka, Dlamini, Protea Glen, Dobsonville, Rockville, Jabulani, Emndeni, White City e Zola, entre outras.
A polícia disse "desconhecer os motivos" da recente onda de assaltos contra cidadãos estrangeiros.
"Desconhecemos porque é que os estrangeiros são vistos como um alvo fácil e só a comunidade [residentes locais] pode responder por isso", afirmou.
Imagens divulgadas hoje pela imprensa sul-africana dão conta de lojas vazias e algumas até destruídas após os assaltos de quarta-feira à noite e que, segundo a polícia, continuaram nas primeiras horas da manhã de hoje.
Há duas semanas, a polícia sul-africana disse ter sido alvo de um ataque de comerciantes informais, na maioria estrangeiros, no centro da cidade de Joanesburgo durante uma operação policial que visava produtos falsificados e de contrabando.
O Soweto, com mais de três milhões de habitantes e onde reside uma numerosa comunidade moçambicana, foi edificado pelo anterior governo do 'apartheid' para albergar a população de maioria negra.
O presidente da Câmara Municipal de Joanesburgo, Herman Mashaba, da Aliança Democrática (DA, sigla em inglês), o maior partido na oposição, condenou os incidentes contra a propriedade de comerciantes estrangeiros.
"Condenamos nos termos mais duros possíveis esses atos de criminalidade. Os criminosos que saquearam lojas de cidadãos estrangeiras sob a falsa pretensão de vingar a polícia devem ser presos. A obrigação da polícia é o combate ao crime, independentemente do motivo", disse o autarca.
A Comissão de Direitos Humanos Sul-Africana (SAHRC, sigla em inglês) disse, em comunicado, que "o governo necessita de atender às preocupações da comunidade [local sul-africana] sobre a falta de oportunidades económicas e os imigrantes indocumentados no país".