"A atual violência contra estrangeiros no centro de Joanesburgo e Pretória é deplorável e os culpados por tais atos de criminalidade arbitrária devem ser julgados com as penas mais elevadas possíveis pela lei", disse Zwelivelile 'Mandla' Mandela, citado em comunicado divulgado hoje em Mvezo, Cabo Oriental, a aldeia natal do ex-chefe de Estado sul-africano e Nobel da Paz, Nelson Mandela.
O líder da Casa Real de Mandela e chefe do Conselho Tradicional Mvezo insta ainda as autoridades policiais sul-africanas a agir rapidamente "para eliminar pela raiz esse total desrespeito pelo Estado de Direito, desrespeito à propriedade privada e à dignidade humana" e sublinha que "a violência, os saques e a destruição devem parar, pois é um ataque a todos os sul-africanos, africanos e à humanidade".
A polícia da África do Sul (SAPS, sigla em inglês) confirmou a morte de quatro pessoas, três das quais carbonizadas e uma baleada no centro de Joanesburgo, e a detenção de 100 suspeitos em resultado da violência e pilhagem de dezenas de estabelecimentos comerciais, alguns dos quais de propriedade de sul-africanos, como um supermercado da cadeia de grande superfície Shoprite, na Jules Street, leste de Joanesburgo.
"Ficamos repugnados com os atos violência cometidos em plena luz do dia e à vista do olhar do público. Tais atos de desumanidade só podem ser perpetrados por moralmente depravados ou por aqueles que dirigem agendas ocultas e agitadoras", salienta o monarca Xhosa na nota a que a Lusa teve acesso.
De acordo com Zwelivelile, a Constituição da República da África do Sul "garante a santidade de toda a vida e não podemos ser espetadores silenciosos, enquanto um bando de hooligans causa caos e cria uma imagem negativa da África do Sul na imprensa internacional".
O monarca instou as autoridades a investigar minuciosamente os recentes incidentes e a garantir a lei e ordem em todo o território nacional da África do Sul.
"Devemos, a todo o custo, evitar que essa violência fique ainda mais fora de controle, levando-nos de volta aos dias mais sombrios da xenofobia que envergonharam a nossa nação no passado recente", salientou Zwelivelile 'Mandla' Mandela.