"Apoio as solicitações do Conselho Presidencial para investigar as alegações de uso excessivo da força pela polícia e exorto as autoridades a respeitarem a liberdade de expressão, o direito à reunião pacífica e o direito de participar de atividades públicas", disse Michelle Bachelet.
A Alta Comissária lançou o apelo por ocasião da abertura da 42.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
O partido no poder (Rússia Unida, do Presidente russo, Vladimir Putin) sofreu um grande revés no domingo nas eleições para o Parlamento de Moscovo, perdendo cerca de um terço de seus assentos, de acordo com os resultados provisórios fornecidos pelas agências de notícias russas.
Essas eleições foram seguidas de perto, após um verão de manifestações em Moscovo, devido à rejeição pelas autoridades da candidatura das principais figuras da oposição.
O opositor Alexei Navalny, cujos aliados foram banidos das eleições, pediu no domingo aos eleitores que "votassem com inteligência", apoiando aqueles que estão em melhor posição para derrotar os candidatos do partido no poder.
"Estou preocupado com as inúmeras prisões e ações policiais" na Rússia, observou Michelle Bachelet, observando que mais de 2.500 pessoas foram presas durante os protestos em julho e agosto.
"Atualmente, cinco foram condenados à prisão e outros enfrentam acusações criminais", disse a Alta Comissária da ONU.
Uma vaga de protestos como esta não era vista na Rússia desde 2011/2012, no período que precedeu o retorno de Putin à Presidência após um mandato como primeiro-ministro.
Nestas eleições, os representantes do Rússia Unida candidataram-se a título pessoal, numa escolha que foi vista como uma forma de contornar a queda da popularidade do partido.
No resto do país, contudo, o 'voto inteligente' não teve o mesmo resultado, já que a Rússia Unida conquistou maiorias em 11 parlamentos locais, segundo o secretário do conselho geral do partido, Andréi Turchak.
Todos os atuais governadores conseguiram manter as suas posições, a maioria associada ao Kremlin.