Plácido Domingo demite-se da direção da Ópera de Los Angeles

Tenor espanhol é acusado, por várias mulheres, de assédio sexual.

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Notícias Ao Minuto
02/10/2019 20:15 ‧ 02/10/2019 por Notícias Ao Minuto

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Plácido Domingo demitiu-se, esta quarta-feira, das suas funções de diretor da Ópera de Los Angeles, nos Estados Unidos da América.

A decisão foi tornada pública pelo tenor de 78 anos num comunicado enviado ao jornal The Times.

"As recentes acusações que me foram feitas na imprensa criaram uma atmosfera na qual a minha habilidade para servir esta academia, que eu tanto amo, foi comprometida", lê-se na nota divulgada.

Plácido Domingo diz ainda que vai "continuar a limpar" o seu nome das acusações de assédio sexual que lhe foram feitas, mas garante que a decisão de abandonar a direção da Ópera foi tomada com o "coração pesado".

Recorde-se que a Ópera de Los Angeles anunciou em agosto a abertura de uma investigação na sequência de denúncias, de oito cantoras e de uma bailarina, de assédio sexual por parte do tenor espanhol, em situações ocorridas ao longo de mais de três décadas.

Ópera anunciou então que iria contratar uma equipa legal externa para investigar as "preocupantes alegações" contra o tenor.

A Associated Press publicou no mês passado uma longa investigação, com quase 50 pessoas entrevistadas a confirmarem comportamentos impróprios por parte de Plácido Domingo.

Desde a publicação da investigação, a Orquestra de Filadélfia e a Ópera de São Francisco anunciaram os cancelamentos das atuações programadas do tenor, enquanto o Festival de Salzburgo, na Áustria, decidiu manter os concertos previstos, tendo a presidente do evento, Helga Rabl-Stadler, sublinhado o "tratamento apreciativo [de Domingo] para com todos os funcionários do festival".

Seis outras mulheres relataram à AP avanços que lhes causaram desconforto, em particular uma cantora que Plácido Domingo repetidamente convidou para sair, depois de a ter contratado para uma série de concertos na década de 1990.

Adicionalmente, quase 30 outras pessoas ligadas à indústria musical, desde cantoras a músicos de orquestra, passando por professores de canto e administradores, confirmaram ter testemunhado comportamentos impróprios de índole sexual por parte do cantor espanhol.

Das nove pessoas que acusam o cantor, apenas a meio soprano Patricia Wulf aceitou divulgar o seu nome, tendo as restantes pedido anonimato por temerem represálias profissionais e pessoais.

Sete das nove mulheres disseram acreditar que as carreiras sofreram por terem rejeitado os avanços sexuais de Plácido Domingo.

 

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