Boris Johnson enviou uma carta ainda hoje para Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, a pedir um adiamento do Brexit até 31 de janeiro do próximo ano. De acordo com a Sky News, que cita uma fonte de Bruxelas, o primeiro-ministro confirmou a Tusk que vai pedir a extensão da data limite para a saída do Reino Unido da União Europeia.
"Com base nessa carta, Tusk vai consultar os líderes da União Europeia sobre como reagir. Isto pode levar alguns dias", esclarece a mesma fonte.
Depois de se saber que a emenda Letwin - que força o governo a pedir um adiamento do Brexit - foi aprovada no parlamento britânico, Donald Tusk escreveu na sua conta do Twitter que esperava a carta de Boris Johnson, tendo pouco depois confirmado a receção da mesma.
No entanto, e segundo uma fonte de Downing Street citada pela agência noticiosa AFP, o chefe do Executivo de Londres não assinou a carta que solicita um adiamento do Brexit.
Johnson terá decidido enviar uma segunda carta, essa assinada, especificando que não pretendia este atraso, que terá de ser aplicado por motivos legais.
Uma terceira carta terá sido ainda escrita pelo embaixador britânico na UE, Tim Barrow, para precisar que a missiva que solicita um adiamento foi unicamente enviada para não contrariar a lei.
The extension request has just arrived. I will now start consulting EU leaders on how to react. #Brexit
— Donald Tusk (@eucopresident) October 19, 2019
No entanto, o primeiro-ministro Boris Johnson escreveu outra carta antes destas, esta dirigida aos deputados. Na missiva o líder britânico deixa claro que "não vai negociar um adiamento" com a União Europeia, ao mesmo tempo que declara que vai afirmar a Bruxelas que "adiar de novo não é a solução".
"É por isso que na próxima semana este governo vai introduzir a legislação necessária para deixarmos a União Europeia com o nosso grande acordo no dia 31 de outubro. É muito provável que os nossos amigos na União Europeia rejeitem o pedido de prolongamento do parlamento (ou que não tomem uma decisão muito rapidamente). Nestas circunstâncias, eu espero que os colegas de todos os partidos da Câmara dos Comuns - enfrentando uma escolha entre o nosso novo acordo ou sem acordo - apoiem este novo acordo", escreveu Boris Johnson.
O primeiro-ministro mantém que vai "fazer de tudo" para concretizar o Brexit até ao próximo dia 31.
[Notícia atualizada às 23h21]