Partido do Brexit de Nigel Farage quer votos dos eleitores trabalhistas

O partido do Brexit, do eurocético Nigel Farage, apresentou hoje mais de 600 candidatos às eleições legislativas britânicas de 12 de dezembro, com os olhos nos votos de milhões de eleitores trabalhistas e indiferente às críticas dos conservadores.

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© Reuters

Lusa
04/11/2019 17:26 ‧ 04/11/2019 por Lusa

Mundo

Reino Unido

Num evento hoje em Londres, Farage disse querer chegar ao "grupo mais vulnerável de eleitores", constituído por "eleitores da classe trabalhadora fiéis ao Partido Trabalhista, patrióticos até à ponta dos cabelos, e que votaram 'Brexit' no referendo de 2016, acreditando do fundo do coração que era a coisa certa a fazer".

Muitos destes eleitores, recordou, são representados por deputados trabalhistas que defendem a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE).

O eurodeputado atacou também o partido Conservador, descrevendo a antiga primeira-ministra Theresa May como "a pior" na história do país e o sucessor, Boris Johnson, por ter negociado um acordo que, na sua opinião, não representa o 'Brexit'.

O partido do Brexit, que foi fundado no início deste ano e defende uma rutura drástica com a UE, rejeitou críticas de vários líderes conservadores para que não avance com as candidaturas devido ao risco de dividir o voto dos eurocéticos.

O ministro dos assuntos parlamentares, Jacob-Rees Mogg, desafiou Farage a "sair de campo", alegando que "seria uma grande pena se ele continuar a lutar depois de já ter ganho para deixar escapar a vitória".

Esta intervenção seguiu-se a outras de eurocéticos conservadores, como Steve Baker, que disse que Farage "arrisca-se a ser o homem que desperdiçou o 'Brexit'", e Mark Francois, que apontou para o "ego" do antigo líder do partido UKIP.

Farage, que no domingo revelou que afinal não vai candidatar-se pessoalmente a deputado, considerou esta atitude como "arrogância presunçosa" e vincou que "não vai haverá 'Brexit' sem o Partido do Brexit".

O eurodeputado tem vindo a propor uma "Aliança Patriótica" com o Partido Conservador e com alguns deputados trabalhistas para conquistar uma "enorme maioria no parlamento".

Porém, Boris Johnson recusou um pacto, alegando que "votar em qualquer outro partido em vez deste governo conservador equivale a por [o líder trabalhista] Jeremy Corbyn no poder".

O Reino Unido vai a votos a 12 de dezembro para eleger os 650 deputados da Câmara dos Comuns, cuja dissolução está marcada para quarta-feira.

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