Morales renunciou ao cargo na sequência dos protestos de rua contra a sua reeleição, considerada pela oposição como uma fraude.
A oferta mexicana, anunciada pelo ministro das relações Exteriores, Marcelo Ebrard, na sua conta da rede social Twitter, surge na sequência de ter recebido na embaixada do México em La Paz funcionários e deputados bolivianos.
"O México, de acordo com a sua tradição de asilo e não intervenção, recebeu 20 personalidades do executivo e do legislativo da Bolívia na residência oficial em La Paz, e se assim o decidir também ofereceremos asilo a Evo Morales", escreveu o chefe da diplomacia mexicana.
O Presidente da República da Bolívia, Evo Morales, renunciou ao cargo, após quase 14 anos no poder, numa declaração transmitida pela televisão do país.
Evo Morales, de 60 anos, adiantou que vai enviar a carta de demissão à Assembleia Legislativa da Bolívia.
Morales demitiu-se depois de os chefes das Forças Armadas e da polícia da Bolívia terem exigido que o Presidente abandonasse o cargo para que a estabilidade e a paz possam regressar ao país.
A Bolívia atravessa uma crise social e política desde o dia seguinte às eleições presidenciais realizadas a 20 de outubro
Ainda no domingo, Evo Morales havia já convocado novas eleições após a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter recomendado a repetição do ato eleitoral por suspeitas de irregularidades no escrutínio de 20 de outubro.
Dois ministros e o presidente da Assembleia Nacional, Victor Borda, tinham também já renunciado domingo aos seus cargos.
Após as demissões no governo, também a presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, Maria Eugenia Choque Quispe, apresentou a sua renúncia "irrevogável" para ser "investigada", na sequência do relatório da OEA.
O Ministério Público da Bolívia anunciou domingo que vai processar os membros do Supremo Tribunal Eleitoral devido a irregularidades "muito graves" detetadas pela OEA, que podem levar a "erros criminais e eleitorais relacionados com o cálculo dos resultados oficiais" das eleições de 20 de outubro.
Os Estados Unidos e a União Europeia apoiaram domingo a convocação de novas eleições presidenciais na Bolívia.