Sustentabilidade: Oceanos podiam fornecer 6 vezes mais alimentos

Os oceanos podiam fornecer seis vezes mais alimentos do que atualmente, através de uma melhor gestão e com a aplicação de inovação tecnológica, segundo um artigo científico do Painel de Alto Nível para uma Economia do Mar Sustentável.

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Lusa
19/11/2019 21:20 ‧ 19/11/2019 por Lusa

Mundo

FAO

Este artigo, ou livro azul, foi hoje apresentado em Roma, durante o simpósio internacional sobre pesca sustentável da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), revela um comunicado divulgado pelo painel.

Este trabalho "conclui que, através de uma melhor gestão e de inovação tecnológica, os oceanos podem fornecer seis vezes mais alimentos do que fazem atualmente -- mais de dois terços da proteína animal necessária para alimentar a população mundial no futuro, segundo estimativas da FAO", lê-se na mesma nota.

Citado no comunicado, Christopher Costello, autor principal do artigo e representante do grupo de peritos do Painel de Alto Nível, afirma que " mar tem um grande potencial por aproveitar, que pode ajudar a alimentar a população mundial nas próximas décadas".

Para o especialista, "a obtenção destes recursos pode ser feita com uma menor pegada ecológica relativamente a muitas outras fontes alimentares", sendo que Costello acredita que "se mudarmos de forma rápida e profunda a maneira como gerimos as indústrias do mar, ao mesmo tempo que protegemos a saúde dos ecossistemas, podemos melhorar a nossa salvaguarda alimentar a longo prazo e os modos de vida de milhões de pessoas".

O artigo ressalva que "com as devidas reformas, as capturas de pesca poderiam aumentar 20% em relação às pescarias atuais e 40% em relação às capturas estimadas no futuro tendo em conta as atuais pressões de pesca", mas destaca que "o grande potencial de aumento da produção alimentar encontra-se na expansão sustentável da aquacultura marinha (maricultura)".

Por sua vez, Manuel Barange, diretor do departamento de Políticas e Recursos Pesqueiros e de Aquacultura da FAO, e membro da eede de conselheiros do Painel de Alto Nível, diz que "para cumprir as nossas ambições de termos um mundo mais igualitário, mais próspero e salvaguardado em termos alimentares, a comunidade mundial tem de trabalhar em conjunto para acabar com a sobrepesca, para melhorar a gestão mundial das pescas e para dar prioridade aos métodos de maricultura de pequeno impacto".

O Painel de Alto Nível para uma Economia do Mar Sustentável é composto por um conjunto de líderes mundiais, "com a autoridade necessária para espoletar, alargar e acelerar medidas de proteção e produção dos oceanos do ponto de vista político, administrativo e financeiro", incluindo países como Austrália, Canadá, Chile, Ilhas Fiji, Gana, Indonésia, Jamaica, Japão, Quénia, México, Namíbia, Noruega, República de Palau e Portugal, explica o comunicado.

O simpósio da FAO começou no dia 18 e termina a 21 de novembro.

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