Nova condenação para dois membros de 'A Manada' por gravarem violação

A Justiça espanhola condenou hoje dois dos cinco membros do grupo "A manada" a três anos e três meses de prisão e uma multa de 5.670 euros por terem gravado a violação de uma jovem em 2016.

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© Reuters

Lusa
20/11/2019 09:55 ‧ 20/11/2019 por Lusa

Mundo

Espanha

Os cinco membros do grupo conhecido como "A manada" já estão a cumprir uma pena de 15 anos de prisão por violação de uma jovem de Madrid durante as festas de São Firmino, de Pamplona, no verão de 2016.

Os dois elementos hoje condenados tinham sido absolvidos em abril de 2018 do crime de gravação, mas o Tribunal Superior de Justiça de Navarra ordenou que o caso fosse reexaminado, o que teve como consequência a resolução emitida hoje que acrescenta às condenações iniciais por violação.

Os dois réus condenados gravaram sete vídeos e tiraram duas fotografias do crime executado por eles e pelos restantes três réus em 07 de julho de 2016 em Pamplona, segundo o Tribunal Superior de Justiça de Navarra.

Na sentença, que é passível de recurso, os magistrados impuseram as penas máximas de prisão requeridas pelas acusações.

O Tribunal Supremo espanhol decidiu em junho passado aumentar de nove para 15 anos de prisão a condenação dos cinco homens de "A Manada".

Na altura, o Supremo aumentou a pena de nove anos que tinha sido aplicada anteriormente por um tribunal da comunidade autónoma de Navarra, considerando que o caso "não pode constituir um delito de abuso sexual, mas sim um delito de violação".

A decisão do tribunal superior espanhol encerrava um caso que se tornou conhecido em todo o mundo por ter ocorrido, no verão de 2016, durante as famosas festas de São Firmino, em Pamplona, capital de Navarra, com largada de touros no centro da cidade.

A mobilização social que o caso provocou levou o Governo socialista espanhol a avançar em julho de 2018 com uma proposta de reforma do Código Penal para que qualquer ato de violência sexual seja considerado uma violação se não houver um "sim" explicito da mulher.

"Se uma mulher não disser 'sim' de forma explícita, tudo o resto é 'não'. É assim que será preservada a sua autonomia, a sua liberdade, o respeito à pessoa e a sua sexualidade", disse em julho de 2018 a vice-primeira-ministra e ministra da Igualdade, Carmen Calvo.

 

 

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