Os suíços Michel Mayor e Didier Queloz receberam este ano o prémio Nobel da Física pela descoberta do primeiro grande exoplaneta (a que chamaram 51 Pegasi B) em órbita de uma estrela como o Sol, galardão que partilham com James Peebles, premiado pelas teorias que hoje são o eixo para reconstruir a história do Universo.
Apesar de o astrónomo ter ajudado a descobrir tantos planetas distantes - dos quais se duvidada da sua existência - Queloz considera "totalmente irracional" a ideia de os humanos serem "uma espécie que viajará entre as estrelas", explicando que se podem enviar robôs e máquinas, mas não seres humanos, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
No ciclo de conferências de imprensa e palestras, no âmbito da Semana Nobel 2019, Queloz referiu: em termos de biologia, "não somos feitos para deixar a Terra".
Acrescentou que, do ponto de vista biológico, o ser humano evolui "desde há mais de 3.000 milhões de anos para nascer na Terra e nela permanecer".
Nesse sentido, mostrou-se "um pouco zangado" com Elon Musk, empresário norte-americano, presidente executivo da empresa de veículos elétricos Tesla Motors e também diretor executivo e chefe tecnológico da empresa aeroespacial SpaceX, que tem como um dos planos estabelecer uma presença permanente no planeta Marte.
Queloz acusou Musk de "ter um discurso um pouco perigoso", ao afirmar que o ser humano pode continuar o ter o mesmo comportamento na Terra que tem vindo a ter, pois um dia irá para Marte, o planeta vermelho.
"Acho que isso é irresponsável porque as estrelas estão tão longe e nós não deveríamos ter qualquer esperança em fugir da Terra", referiu o astrónomo suíço.