Bachelet, ex-presidente do Chile, intervinha na Cimeira Global Clima e Saúde, um encontro organizado pela Aliança Global Clima e Saúde, conjuntamente com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que hoje se realiza na faculdade de Medicina da Universidade Complutenses de Madrid, no âmbito da Cimeira do Clima.
Michelle Bachelet esteve num debate com a responsável de saúde pública e ambiente da OMS, María Neira, e ambas fizeram um apelo mundial para que a saúde seja colocada no centro das consequências negativas da crise climática.
"A saúde humana é um direito - insistiu Bachelet - e as alterações climáticas afetam mais a saúde dos mais vulneráveis, das mulheres e das crianças. Temos factos, não estamos a falar de ideias. Sete milhões de pessoas morrem por ano no mundo por contaminação. Os políticos devem analisar os factos e tomar decisões".
María Neira sublinhou que milhões e milhões de pessoas estão expostas a uma grande contaminação ambiental, afirmando que "a OMS não pode ser um mero observador perante isto sem se zangar". "Estamos a ficar muito impacientes", afirmou, questionando: "porque é que não ficamos em pânico com sete milhões de mortes por ano?".
"É necessário dizer aos comerciantes para pararem com o carvão, os combustíveis fósseis, melhorarem a planificação das cidades, fazerem um transporte sustentado e bons investimentos", referiu Neira.
"Temos que conversar com as pessoas sobre soluções e esperanças, é o que mobiliza a sociedade, sem falar em apocalipse, pedindo a sua colaboração e mudando os seus padrões de consumo para que os padrões de produção mudem", defendeu a Alta Comissária da ONU.