Fontes do Conselho revelaram que Boris Johnson informou hoje de manhã que, devido às eleições de quinta-feira, não se deslocará a Bruxelas, tendo pedido explicitamente ao novo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que o represente na cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia.
Desde a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, quando um chefe de Estado ou de Governo não pode estar presente numa cimeira, pode fazer-se representar por um homólogo à sua escolha ou pelo presidente do Conselho Europeu.
Este será então o caso com Boris Johnson nesta cimeira, que encerrará precisamente com uma reunião a 27, no chamado formato «artigo 50» - mesmo que o primeiro-ministro se deslocasse a Bruxelas não participaria -, sobre o processo de saída do Reino Unido da UE e o quadro das futuras relações, numa altura em que já devem ser conhecidos os resultados das eleições britânicas, determinantes para a consumação do 'Brexit', cuja data indicativa é agora 31 de janeiro.
Charles Michel, que hoje apareceu de surpresa num 'briefing' para a imprensa sobre a primeira cimeira a que presidirá, comentou a propósito da discussão de sexta-feira que, independentemente do desfecho das eleições, a mensagem da UE a 27 deverá permanecer a mesma, e "muito clara".
"Veremos qual é o resultado destas eleições, mas a nossa mensagem é muito clara: estamos prontos e comprometidos a manter a unidade entre os 27, e estamos também prontos para os próximos passos. Será muito importante ter uma cooperação forte no futuro com este país importante para nós", declarou.