Incêndios na Austrália tornam castanhos glaciares da Nova Zelândia

O fumo dos incêndios florestais australianos chegou à Nova Zelândia, a milhares de quilómetros de distância, e deu aos glaciares habitualmente brancos um tom caramelo, de acordo com os serviços de meteorologia e a comunicação social locais.

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© Reprodução Twitter

Lusa com Notícias ao Minuto
02/01/2020 11:55 ‧ 02/01/2020 por Lusa com Notícias ao Minuto

Mundo

Incêndios Austrália

O fumo, que solta um cheiro áspero para o nariz, apareceu pela primeira vez na zona na quarta-feira. Em algumas regiões, o sol parecia uma bola vermelha ou dourada, dependendo da espessura da nuvem tóxica.

"Consegue-se ver claramente o fumo, que percorreu cerca de 2.000 km pelo mar da Tasmânia", indicou o instituto neozelandês de meteorologia numa publicação feita hoje no Twitter.

"Nas regiões mais afetadas, a visibilidade é baixa, de cerca de 10 km", acrescentou a mesma fonte.

As redes sociais estão cheias de descrições sobre as consequências dos incêndios na Austrália.

É o caso de uma declaração publicada por 'Miss Roho' no Twitter, que garante que se "consegue mesmo sentir o cheiro do calor em Christchurch", cidade da costa leste da ilha do sul da Austrália. Nas imagens divulgadas, e que pode ver na galeria acima, é notória a nuvem de fumo que atingiu a zona glaciar. 

Outra mulher, 'Rachel', publicou uma fotografia do glaciar Franz Josef, a mais de 2.000 km de distância, cujo habitual branco imaculado se tornou castanho.

"No glaciar Franz Josef, a neve 'caramelizada' deve-se ao pó dos incêndios florestais", escreveu.

O ator neozelandês Jemaine Clement publicou, por seu lado, uma foto do sol que parece um globo de ouro.

"Em toda a Nova Zelândia, o fumo dos incêndios australianos na atmosfera provoca este sol estranho", explica.

Desde setembro, os incêndios na Austrália já provocaram a morte de pelo menos 18 pessoas, mas o balanço poderá subir, já que as autoridades de Victoria avisaram hoje que há 17 pessoas desaparecidas naquele estado.

Mais de 1.300 casas foram reduzidas a cinzas e 5,5 milhões de hectares foram destruídos, o que representa uma área maior que a de um país como a Dinamarca ou a Holanda.

A chefe do Governo estadual de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, declarou hoje, pela terceira vez, estado de emergência com duração de sete dias para permitir a retirada forçada de pessoas a partir de sexta-feira.

Na terça-feira, véspera do Ano Novo e o dia considerado mais mortífero desde o início da crise, vários incêndios descontrolados devastaram o sudeste do país, matando oito pessoas e destruindo pelo menos 400 casas.

As autoridades já avisaram que são esperadas fortes rajadas de vento e temperaturas acima dos 40°C no próximo sábado.

 

 

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