Num discurso perante o plenário do parlamento catalão, Quim Torra disse que não aceitará a decisão da JEC porque a "desobediência perante os ataques à democracia, perante a injustiça e o abuso não é apenas um direito, é uma obrigação, para qualquer governante e cidadão".
"Chegou a hora de nos afirmarmos", disse o presidente da Generalitat (o governo regional da Catalunha), dizendo esperar que o parlamento o apoie nesta decisão.
"Não vou permitir [a destituição], se assim for aprovado por este parlamento", disse o líder catalão, confiando que poderá continuar a ser presidente do governo regional.
Já hoje de manhã, em declarações aos jornalistas, Quim Torra tinha defendido que a decisão da JEC era injusta porque pretendia alterar a vontade dos catalães por vias "irregulares e antidemocráticas".
Na sexta-feira, a Junta Eleitoral da Catalunha ordenou ao presidente da Generalitat que cesse de imediato o seu mandato, perante a indignação dos independentistas e do próprio.
A Junta Eleitoral da Catalunha aprovou o recurso apresentado pelo Partido Popular (e, parcialmente, pelos representantes dos partidos Cidadãos e Vox) pedindo a inelegibilidade imediata do líder catalão, após a sua condenação, em 19 de dezembro passado.
De acordo com a Junta Eleitoral, a causa da inelegibilidade é a própria sentença que condenou Torra a um ano e meio de inabilitação, por ter desobedecido à ordem daquele organismo para que retirasse os laços amarelos (símbolo do movimento independentista) dos edifícios públicos, antes das eleições gerais do ano passado.
A Junta determina que esta ordem tenha efeito imediato, retirando a Quim Torra a credencial de deputado no parlamento da Catalunha, pela circunscrição de Barcelona.
Como o estatuto de autonomia da Catalunha obriga a que o presidente da Generalitat seja deputado, a retirada da credencial parlamentar significa a sua desqualificação como chefe do governo regional.