"Isso seria a pior coisa que poderia acontecer ao Iraque", declarou Trump na Casa Branca ao receber o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis. "Vamos partir em algum momento (...) mas esse momento ainda não chegou", acrescentou.
Previamente, o chefe do Pentágono, Mark Esper, tinha já assinalado em conferência de imprensa que a política dos Estados Unidos no Iraque não foi alterada, e reafirmado que as tropas norte-americanas não vão abandonar o país.
"A nossa política não foi alterada. Não vamos deixar o Iraque", referiu, numa tentativa em esclarecer as mensagens contraditórias do seu Governo sobre o tema, e antes de admitir que aguarda "represálias" iranianas após o ataque norte-americano que na sexta-feira matou o general iraniano Qassem Soleimani.
Esper assegurou ainda que o ataque contra interesses norte-americanos que Qassem Soleimani estaria a preparar quando foi morto "devia ocorrer numa questão de dias".
O responsável pelo Departamento da Defesa tinha-se referido a esse ataque em "dias, ou em semanas", mas hoje quis precisar as suas declarações na conferência de imprensa. "Penso que é mais justo falar de dias, seguramente", afirmou.
O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado por Donald Trump.
No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas.
O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas - Rússia, França, Reino Unido, China e EUA - mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.
No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo 'jihadista' Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.