O Irão "não será enganado" pelas palavras do Presidente dos EUA

O representante iraniano na ONU, Mayid Takht Ravanchi, disse hoje que o Irão "não será enganado" pelas palavras do Presidente dos EUA, Donald Trump, que oferece cooperação e, ao mesmo tempo, impõe sanções sem precedentes.

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Lusa
09/01/2020 09:34 ‧ 09/01/2020 por Lusa

Mundo

Tensão

Ravanchi disse numa entrevista à agência oficial iraniana da IRNA que não se pode confiar no tom conciliatório de Donald Trump e que "enquanto os Estados Unidos persistirem em animosidades, as negociações não farão sentido".

Na quarta-feira, Donald Trump disse que "os EUA estão preparados para abraçar a paz com todos que a buscam" e apostar na renegociação do acordo nuclear de 2015, entretanto, anunciou novas e "poderosas" sanções contra Teerão.

Sobre as sanções, Ravanchi disse que estas estão "contra leis e normas internacionais" e que podem ser consideradas como "terrorismo económico".

"Os EUA assassinaram o general Qassem Soleimani e iniciaram uma nova escalada de tensão e hostilidade com o Irão", denunciou o diplomata, que pediu a cooperação dos países do Médio Oriente para restaurar a paz na região.

Mais de uma dúzia de mísseis iranianos foram lançados na quarta-feira de madrugada contra duas bases iraquianas com tropas norte-americanas, em Ain al-Assad (oeste) e Erbil (norte).

O ataque foi reivindicado pelos Guardas da Revolução iranianos como uma "operação de vingança", em retaliação pela morte do general Qassem Soleimani, comandante da sua força Al-Quds, na sexta-feira, num ataque aéreo em Bagdade ordenado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

A televisão estatal iraniana referiu que aquela operação militar foi designada "Mártir Soleimani" e que matou "pelo menos 80 militares norte-americanos", mas Donald Trump negou a existência de baixas.

Numa comunicação ao país, o presidente dos EUA anunciou que Washington vai intensificar sanções económicas contra o Irão, mas não referiu nova retaliação militar.

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, disse que os militares portugueses no Iraque estão "fora de qualquer tipo de perigo", aquartelados a mais de 200 quilómetros dos locais onde caíram os mísseis iranianos.

A autoridade federal norte-americana para a aviação (FAA) proibiu aviões e pilotos comerciais norte-americanos de voarem sobre áreas do Iraque, Irão, Golfo Pérsico e Golfo de Omã.

Várias companhias aéreas, como a Lufthansa, Emirates e Malaysia Airlines suspenderam hoje os voos sobre o Iraque e o Irão ou alteraram rotas para evitar o espaço aéreo dos dois países.

 

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