Ravanchi disse numa entrevista à agência oficial iraniana da IRNA que não se pode confiar no tom conciliatório de Donald Trump e que "enquanto os Estados Unidos persistirem em animosidades, as negociações não farão sentido".
Na quarta-feira, Donald Trump disse que "os EUA estão preparados para abraçar a paz com todos que a buscam" e apostar na renegociação do acordo nuclear de 2015, entretanto, anunciou novas e "poderosas" sanções contra Teerão.
Sobre as sanções, Ravanchi disse que estas estão "contra leis e normas internacionais" e que podem ser consideradas como "terrorismo económico".
"Os EUA assassinaram o general Qassem Soleimani e iniciaram uma nova escalada de tensão e hostilidade com o Irão", denunciou o diplomata, que pediu a cooperação dos países do Médio Oriente para restaurar a paz na região.
Mais de uma dúzia de mísseis iranianos foram lançados na quarta-feira de madrugada contra duas bases iraquianas com tropas norte-americanas, em Ain al-Assad (oeste) e Erbil (norte).
O ataque foi reivindicado pelos Guardas da Revolução iranianos como uma "operação de vingança", em retaliação pela morte do general Qassem Soleimani, comandante da sua força Al-Quds, na sexta-feira, num ataque aéreo em Bagdade ordenado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
A televisão estatal iraniana referiu que aquela operação militar foi designada "Mártir Soleimani" e que matou "pelo menos 80 militares norte-americanos", mas Donald Trump negou a existência de baixas.
Numa comunicação ao país, o presidente dos EUA anunciou que Washington vai intensificar sanções económicas contra o Irão, mas não referiu nova retaliação militar.
O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, disse que os militares portugueses no Iraque estão "fora de qualquer tipo de perigo", aquartelados a mais de 200 quilómetros dos locais onde caíram os mísseis iranianos.
A autoridade federal norte-americana para a aviação (FAA) proibiu aviões e pilotos comerciais norte-americanos de voarem sobre áreas do Iraque, Irão, Golfo Pérsico e Golfo de Omã.
Várias companhias aéreas, como a Lufthansa, Emirates e Malaysia Airlines suspenderam hoje os voos sobre o Iraque e o Irão ou alteraram rotas para evitar o espaço aéreo dos dois países.