Numa declaração esta tarde em Belfast, a líder, May Lou McDonald, anunciou que, após uma reunião para analisar o texto, o partido decidiu "reentrar nas instituições de partilha de poder e nomear ministros para o executivo"
Em particular, destacou a referência ao reconhecimento legal da língua gaélica no território, e financiamento adicional para a sua expansão, e a nova legislação para resolver casos relacionados com o conflito violento que afetou a região durante décadas.
Esta decisão representa um fim do impasse que dura há três anos, desde 2017, quando um escândalo político-financeiro derrubou o governo de coligação entre Sinn Féin e DUP, desencadeando eleições regionais, após as quais os dois partidos continuaram sem se entender.
Esta manhã, a líder do DUP, Arlene Foster, já tinha admitido que o documento publicado durante a noite de quinta-feira pelo governo britânico "não é perfeito", mas que representa uma base para a restauração das instituições políticas da Irlanda do Norte.
Durante o dia, o ministro britânico para a Irlanda do Norte, Julian Smith, encontrou-se com dirigentes dos restantes partidos políticos, enquanto que algumas organizações, como a Ordem de Orange, manifestou reservas sobre o texto.
Porém, o governo britânico manteve como prazo segunda-feira 13 de janeiro para a resolução do impasse, ou ameaçando com a convocação de novas eleições regionais.
O presidente da Assembleia da Irlanda do Norte ['speaker'], Robin Newton, recusou convocar uma sessão para hoje até ter a certeza de que os principais partidos políticos subscreviam o acordo, mas ainda não informou quando vai fazê-lo.
O acordo, intitulado "Nova Década, Nova Abordagem", pretende "transformar os serviços públicos e restaurar a confiança do público no governo autónomo".
Nos termos do acordo de paz de 1998, que pôs fim ao conflito sectário que causou mais de 3.500 mortos em 30 anos, o poder na Irlanda do Norte deve partilhado entre os dois principais partidos políticos representativos das comunidades 'unionista' [que defende a permanência no Reino Unido e sob a coroa britânica] e nacionalista [que querem a reunificação com a Irlanda numa república], neste caso o DUP e o Sinn Féin, respetivamente.