Em declarações aos jornalistas, Puigdemont disse que não queria dar conselhos ao atual presidente regional, também independentista, Quim Torra, mas questionado sobre o que consideraria um sucesso para a reunião, disse que seria se o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, concordasse em realizar um referendo de autodeterminação na Catalunha.
"Esta seria uma boa mensagem, e acho que ficaríamos todos muito satisfeitos se a reunião de amanhã (quinta-feira) saísse com esse compromisso. As duas partes seriam muito beneficiadas", disse o agora deputado europeu.
O ex-presidente catalão fez esta declaração quando acompanhava, hoje, a sua antiga conselheira e colega de partido Clara Ponsatí que recolheu a sua acreditação como deputada ao Parlamento Europeu, depois de ter obtido o seu lugar na sequência da saída do Reino Unido da União Europeia.
A Espanha aumentou de 54 para 59, mais cinco, o número de eurodeputados com a saída do Reino Unido ("Brexit").
"Tem havido muita gente muito poderosa que trabalhou para evitar este momento e não conseguiram. Não devemos desistir de nada do que nos trouxe até aqui porque, apesar das dificuldades, há resultados", disse Puigdemont.
Ao lado de Toni Comín, também deputado pelo Juntos pela Catalunha (JxCat), os três políticos catalães que fugiram de Espanha após a declaração unilateral de independência em 2017 mostraram as suas credenciais como deputados europeus e garantiram que irão lutar para evitar que a sua imunidade seja levantada, um processo que já começou para Puigdemont e Comín e que deve começar em breve para Ponsatí.
O Parlamento Europeu anunciou em meados de janeiro que iniciou o processo para examinar o levantamento de imunidade parlamentar de Carles Puigdemont e Toni Comín, conforme foi pedido pela Justiça espanhola.
Pedro Sánchez e Quim Torra vão-se reunir na quinta-feira na sede do executivo catalão, em Barcelona.
Esta "mesa de negociação" foi a principal condição para que o partido independentista ERC (Esquerda Republicana da Catalunha) apoiasse em meados de janeiro último a recondução do socialista Pedro Sánchez como primeiro-ministro.
Para o chefe do Governo espanhol a reunião acontece no quadro de uma série de outras que vão ser realizadas com os restantes presidentes das regiões autónomas.