Pelo menos 22 soldados turcos terão morrido e vários outros terão ficado feridos esta quinta-feira em Idlib, no norte da Síria, num ataque aéreo, de acordo com a agência turca Anadolu. O primeiro balanço dava conta de nove mortos, número que foi revisto em alta e que poderá alterar-se nas próximas horas.
A Reuters indicou que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, convocou um conselho de segurança extraordinário no seguimento do ataque, que dizem ter sido levado a cabo pela forças governamentais sírias ou pelos aliados, as forças russas.
Assiste-se a uma escalada do conflito que afeta a Síria há vários anos, com epicentro na província de Idlib, que é disputada pelos regimes de Damasco e Ancara.
A Síria, auxiliada por ataques aéreos das forças russas, intensificou a ofensiva para recuperar a última fortaleza rebelde em Idlib. Esta ofensiva já causou uma crise humanitária, com quase um milhão de pessoas deslocadas a ficarem presas numa estreita faixa de território na fronteira turca.
Erdogan descartou na quarta-feira recuar do noroeste da Síria face ao regime de Bashar al-Assad, num momento em que se iniciaram novas negociações com a Rússia, principal aliada do regime sírio. Os continuados ataques às forças turcas causaram, porém, tensões entre entre Ancara e Moscovo, que apesar das posições opostas na Síria, têm reforçado nos últimos anos a sua cooperação.
Em 2018, Síria e Turquia concluíram um acordo que previa o fim dos combates e o estabelecimento de postos de observação turcos na região de Idlib, mas esse entendimento tem sido constantemente violado por ambas as partes.