Dois homens iranianos, que desafiaram os conselhos de prevenção face à epidemia de Covid-19, podem enfrentar pena de prisão, depois de terem circulado vídeos dos mesmos a lamber símbolos religiosos dos principais locais de atração religiosa no Irão.
Num dos vídeos partilhados, com mais de um milhão de visualizações no Instagram, um homem é visto junto a Masumen, em Qom, a dizer que não tem medo do coronavírus, antes de lamber os símbolos.
Num outro vídeo em Mashhad - capital espiritual do Irão -, um homem filmou-se a dizer que fazia aquilo "para que a doença" entrasse no seu sistema (imunitário), para que possa ser encarada "sem ansiedade".
DON'T DO THIS Iran, a country of 83 million people, is one of the global epicenters of the #coronavirus,with the HIGHEST #COVID19 DEATH rate in the world. Could this be the reason? DON'T LICK SHRINES #CoronaOutbreak VIDEO OF IRANIAN MEN LICKING SHRINES!!! pic.twitter.com/OXxhOJIWCZ
— Tweety Bird (@_____Tweety____) March 2, 2020
O deputado Hasan Nowrozi disse que "quem praticar atos inconvencionais como estes estão a propagar notícias falsas contra as autoridades no país. Tais pessoas irão enfrentar entre dois meses a dois anos de prisão e até 74 chicotadas".
As detenções surgiram depois de a jornalista e ativista Masih Alinejad ter partilhado os vídeos nas redes sociais.
این دو نفر بازداشت شدند تما آخوندها و مداحانی که رفتند ضریح را بوسیدند آزاد هستند. لیسیدن ضریح با بوسیدن و ضریح چه فرقی دارد ؟ تا زمانی که اماکن مذهبی در شهرهای آلوده به کرونا باز است بوسیدن و لیسیدن هر دو ناقل تکثیر کرونا هستند https://t.co/LMavYAIB79
— Masih Alinejad ️ (@AlinejadMasih) March 3, 2020
"Prender estas duas pessoas não é suficiente uma vez que os centros de religião continuam abertos em Qom e outras cidades onde pessoas sofrem de coronavírus", disse à BBC.
Apesar de o Irão ter encerrado escolas e universidades para prevenir a propagação do novo coronavírus, os principais centros religiosos permanecem abertos. As medidas tomadas por esses centros religiosos consistem em desinfetar as zonas frequentemente.
As cidades sagradas de Mashhad e Qom - que recebem milhões de visitantes durante o ano - foram particularmente afetadas pela epidemia, avança o jornal britânico Independent.
Na terça-feira, as autoridades de saúde iranianas confirmaram que o novo coronavírus fez 92 mortes e 2.922 casos do novo coronavírus no país.