Irão critica "inimigos" e toma medidas como libertar 54 mil reclusos

O Presidente do Irão, Hassan Rohani, acusou hoje os inimigos de Teerão de mentirem sobre a propagação do coronavirus no país, onde o balanço oficial é de 92 de mortos e 2.922 contagiados pela doença. País vai conceder liberdade condicional a 54 mil reclusos.

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Lusa
04/03/2020 12:48 ‧ 04/03/2020 por Lusa

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Irão

"O pior é que os inimigos do Irão estão a aproveitar a entrada de um vírus e querem tirar a tranquilidade e a confiança à população", disse o Presidente iraniano, garantindo que o país vai superar a crise "em pouco tempo".

Rohani criticou os "inimigos" que "difundem estatísticas falsas e mentiras" referindo-se a números, como os que foram divulgados pelo serviço em língua persa da BBC, que noticiou serem 210 o número de mortos no Irão vítimas do surto de Covid 19.

O Ministério da Saúde do Irão informou hoje que se confirmam 586 novos contágios, sendo que quase metade estão localizados na província de Teerão, um número inferior ao da véspera que indicava 835 novos infetados.

Entre os novos contagiados registaram-se 15 mortos, disse Kianush Yahanpur, acrescentando que 522 recuperaram da doença.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e vários países europeus e a República Popular da China enviaram ajuda médica para o Irão, para o combate à epidemia.

O diretor da Universidade de Ciência Médicas Baqiyatalah, Alireza Yalali anunciou hoje que o Departamento de Alimentação e Medicamentos do Irão emitiu uma autorização sobre o início de provas clínicas de duas formas de tratamento do Covid-19.

Yalali explicou que os medicamentos desenvolvidos à base de ervas e em forma de aerossol ajudam os pacientes a recuperar mais rapidamente, mas não são a cura total.

Para evitar a propagação da doença, as autoridades iranianas mantêm os estabelecimentos de ensino encerrados, concederam autorizações de liberdade condicional a 54 mil reclusos e cancelaram todo o tipo de eventos públicos, incluindo um festival de cinema internacional.

Até ao momento a epidemia não afetou a produção e distribuição de crude e de gás natural, de acordo com a Companhia Nacional de Petróleo do país.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.200 mortos e infetou mais de 93 mil pessoas em 78 países, incluindo cinco em Portugal.

Das pessoas infetadas, cerca de 50 mil recuperaram.

Além de 2.983 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".

 

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