Covid-19. Itália regista mais 133 mortos num dia e chega aos 366

O número de mortos em Itália devido ao novo coronavírus subiu hoje para os 366, um aumento de 133 pessoas face a sábado, divulgou hoje o chefe da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli.

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Lusa
08/03/2020 17:39 ‧ 08/03/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Os casos de contágio são já de 6.387, um aumento de 1.326 face a sábado, de acordo com a agência Efe, e localizam-se sobretudo na região da Lombardia, no norte do país.

O primeiro-ministro italiano anunciou hoje a proibição de entradas e saídas da Lombardia e de outras 14 províncias para limitar a propagação do Covid-19, uma medida que pode afetar cerca de 16 milhões de pessoas em cidades como Milão, Veneza ou Parma.

Giuseppe Conte apareceu às 02:30 horas diante dos jornalistas para explicar que o decreto é difícil, mas necessário para "conter a propagação do contágio".

Os números hoje conhecidos correspondem à maior subida registada até agora, quer em número de mortos quer em número de casos confirmados de Covid-19.

Das 133 pessoas mortas desde sábado, uma pessoa estava no intervalo até 49 anos, uma entre 50 e 59 anos, 14 entre os 60 e 69 anos, 39 entre os 70 e 79 anos, 60 entre os 80 e 89 anos e 18 com mais de 90 anos.

Com este balanço, Itália tornou-se o país mais afetado pela epidemia de Covid-19 a seguir à China, já que ultrapassou os casos registados no Irão, de acordo com um balanço feito pela a agência France-Presse.

Desde o início do surto, o país europeu registou 7.375 casos positivos, dos quais 366 resultaram em morte. A China regista 80.695 casos, dos quais 3.097 resultaram em morte.

Até hoje, as pessoas consideradas curadas em Itália são 622.

Do total de 366 já falecidos em Itália, 267 são da região da Lombardia, a região mais afetada pelo surto do novo coronavírus, que conta com 4.189 casos positivos, do total de 6.387.

Noutra conferência de imprensa a partir de Milão, o conselheiro de Saúde da LombardiaGiulio Gallera, qualificou de "impressionante" os números hoje conhecidos referentes da Lombardia

Naquela região, os casos positivos aumentaram em 769 em 24 horas, até aos 4.189, dos quais 2.2117 estão hospitalizados e 339 nos cuidados intensivos.

As mortes chegaram até às 267, um aumento de 113 face a sábado, o maior aumento desde que começou a epidemia, e um total de 550 já estão curadas.

O responsável lombardo recomendou insistentemente que não se saia de casa a não ser por necessidade.

"Ir de casa ao trabalho e do trabalho para casa, reduzir de maneira drástica toda a atividade social, é a nossa única arma" para lutar contra a propagação do vírus, afirmou Giulio Gallera.

Depois da Lombardia, a segunda região mais afetada é a Emília-Romanha (norte), com 1.180 casos positivos e 56 mortes, seguida do Véneto (nordeste), com 670 casos e 18 mortes.

As autoridades anunciaram, entretanto, que vão adquirir 22 milhões de máscaras de proteção, de forma a evitar a propagação do novo coronavírus, anunciou o chefe da Proteção Civil, Angelo Borrelli.

"Estamos prestes a assinar uma série de contratos que nos permitirão ter à disposição entre 12 de março e 30 de abril 22 milhões de máscaras do tipo cirúrgico", precisou o responsável.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou cerca de 3.800 mortos entre mais de 109 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, cerca de 60 mil recuperaram.

Em Portugal, estão confirmados 21 casos de infeção e o Governo anunciou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte.

Foram também encerrados temporariamente alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, suspendeu a agenda por duas semanas e vai permanecer em casa sob monitorização, "apesar de não apresentar nenhum sintoma" de infeção por Covid-19, anunciou hoje a Presidência da República.

A decisão foi tomada depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter estado, na terça-feira, no Palácio de Belém, com uma turma de uma escola de Felgueiras (Porto), que foi encerrada devido ao internamento de um aluno.

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