Putin realiza visita à Crimeia no sexto aniversário da anexação

O Presidente russo Vladimir Putin deslocou-se hoje à Crimeia numa iniciativa de pendor eleitoralista e que coincide com o sexto aniversário da anexação russa.

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Lusa
18/03/2020 17:24 ‧ 18/03/2020 por Lusa

Mundo

Rússia

Putin, que na terça-feira convocou o plebiscito constitucional para 22 de abril, tem previsto visitar durante os próximos dois dias a capital da Crimeia, Simferopol, e o porto de Sebastopol, onde está fundeada a frota do Mar Negro.

O líder do Kremlim vai ainda reunir-se com o dirigente regional, Serguey Aksyonov, e distinguir os construtores da ponte da Crimeia -- incluindo o oligarca Arkadi Rotenberg --, que une por via rodoviária e ferroviária o território anteriormente integrado na Ucrânia ao continente russo.

A Crimeia é a primeira etapa da campanha eleitoral de Putin, cujo objetivo é garantir a aprovação da reforma constitucional, onde se inclui uma emenda que lhe permitirá manter-se no Kremlin até 2036.

Putin sempre garantiu o apoio da maioria da população da Crimeia, após ter enviado tropas para a península no início de março de 2014 que bloquearam as unidades militares ucranianas e permitiram a realização de um referendo de unificação com a Federação da Rússia.

Segundo as sondagens, mais de 90% da população local aprova a integração do território na Rússia, em particular devido às perspetivas de melhoria do nível de vida, das infraestruturas e da estabilidade política.

O ministério dos Negócios Estrangeiros russo assegurou hoje que as tentativas de isolar a Crimeia são cada vez mais infrutíferos e apelou à comunidade internacional para aceitar um facto consumado, a integração da península no restante território da Federação.

A União Europeia (UE) acusou recentemente a Rússia de promover a crescente militarização da Crimeia e a violação dos direitos humanos, insistiu no não reconhecimento da anexação e acrescentou que manterá as sanções dirigidas a Moscovo até à devolução do território à Ucrânia.

Em 21 de fevereiro de 2014, a "revolta de Maidan" conseguiu impor em Kiev o afastamento do presidente "pró-russo" Viktor Yanukovych e impor um executivo "pró-ocidental".

Cinco dias depois, em 26 de fevereiro, milhares de habitantes da Crimeia manifestaram-se em Simferopol em apoio à manutenção do território da Ucrânia, alguns dias após a chegada de homens armados sem insígnia para ocuparem posições estratégias no território, em particular o cerco a bases militares ucranianas e o controlo do aeroporto e parlamento.

Em 16 de março, as autoridades locais desta península com larga maioria de população russófona -- a Crimeia era até 1954 uma província da república soviética da Rússia, até ser anexada à Ucrânia por decerto do Soviete Supremo -- organizaram um referendo que por larga maioria (96,8%), aprovou a reunificação com a Federação russa.

Após a anexação, não reconhecida pelas instâncias internacionais, muitos manifestantes do 26 de fevereiro foram perseguidos judicialmente pelas autoridades russas. Moscovo também acabou por reconhecer que os misteriosos militares sem identificação eram forças especiais russas.

A Rússia está submetida a um regime de sanções ocidentais devido à anexação da Crimeia e ao seu apoio aos separatistas pró-russos no leste ucraniano, onde a guerra provocou mais de 13.000 mortos desde 2014.

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