O porta-voz da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, acusou na quarta-feira os media russos próximos do Kremlin de "colocarem em perigo a vida das pessoas" através de uma campanha de desinformação sobre os esforços no combate à pandemia.
Moscovo classificou como "gratuitas" essas acusações.
Hoje, a porta-voz do Kremlin, Maria Zakharova, denunciou "uma tentativa imoral de esconder através de acusações infundadas a sua própria incapacidade de lutar" contra a pandemia na Europa.
"Não é a primeira vez que a UE procura atribuir a Moscovo certos problemas que enfrenta", afirmou.
"Se existem acusações, devem ser acompanhadas por provas. Se não existem provas não pode ser atribuída qualquer acusação, sobretudo para promover um ataque de semelhante agressividade", sublinhou Zakharova.
Segundo Josep Borrell, "está a aumentar exponencialmente uma campanha de desinformação sobre o Covid-19 e a sua origem ou está na Rússia, ou poderá ser imputada a entidades identificadas como pró-Kremlin".
A administração dos Estados Unidos tinha já emitido acusações similares em fevereiro. De acordo com responsáveis norte-americanos, citados pela agência noticiosa AFP, milhares de contas ligadas à Rússia no Twitter, Facebook e Instagram estavam a "difundir desinformação antiamericana sobre o coronavírus".
Moscovo rejeitou então as acusações e disse tratar-se de uma "história deliberadamente falsa".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.900 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 85.500 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália, com 2.978 mortes em 35.713 casos, a Espanha, com 767 mortes (17.147 casos) e a França com 264 mortes (9.134 casos).