Em França, já há registo de mulheres vítimas de violência doméstica que usaram a ida à farmácia para dar o alerta, através de uma palavra de código que dá indicação aos farmacêuticos de que a pessoa está a ser vítima de abuso.
No passado domingo, de acordo com a CNN, uma mulher foi uma farmácia da cidade de Nancy, um dos poucos espaços públicos ainda em funcionamento depois do país ter imposto estado de emergência para combater a pandemia da Covid-19, mas não foi comprar medicamentos. A mulher estava a ser vítima de violência doméstica e disse uma palavra de código (“máscara 19”) ao farmacêutico. O homem foi detido pouco depois.
Um porta-voz do gabinete de Marlene Schiappa, a ministra para a Igualdade, indicou à CNN que esta mulher foi a primeira a pedir ajuda através deste recurso, que tinha sido anunciado pelo ministro do Interior, Christophe Castaner.
Os casos de violência doméstica em França aumentaram mais de 30% desde que o país entrou em quarentena, revelaram as autoridades no final de março, indicando, nessa altura, que as vítimas podiam dirigir-se às farmácias para fugir a companheiros violentos.
O aumento da violência doméstica, numa altura em que todo o país já se encontra com medidas muito restritivas para impedir a propagação da Covid-19, é maior nas grandes cidades, com este tipo de violência a aumentar cerca de 36% em Paris, segundo a prefeitura da capital, e cerca de 32% nas zonas com menos densidade populacional.
Este aumento levou o ministro a apresentar um plano de alerta nacional durante a quarentena que vai permitir às vítimas que se dirijam às farmácias para denunciar o agressor e contactar a polícia. Esta medida foi concertada com a Ordem dos Farmacêuticos francesa e vai ser dada formação específica aos farmacêuticos e técnicos de farmácia que recebem as vítimas nos seus estabelecimentos.
Recorde-se que, em Portugal, a Rede Nacional de Apoio "está a funcionar e pronta a responder a todos os pedidos".
Nesta época de isolamento social, é importante lembrar que as vítimas de violência doméstica não estão sozinhas. Se é vítima ou conhece quem seja, peça ajuda. A Rede Nacional de Apoio está a funcionar e pronta a responder a todos os pedidos. pic.twitter.com/nvjzDw7JoP
— Presidência do Conselho de Ministros (@mpresidencia_pt) March 31, 2020