Trump insiste na hidroxicloroquina e a Índia pode ajudar

O governo indiano anunciou no sábado a proibição de exportar a droga. Mas Trump já ligou a Modi e pediu-lhe para libertar os stocks de hidroxicloroquina e o primeiro-ministro da Índia estará a "considerar" esse pedido.

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Fábio Nunes
06/04/2020 17:11 ‧ 06/04/2020 por Fábio Nunes

Mundo

Coronavírus

Apesar de vários especialistas norte-americanos continuarem a advertir para o uso da hidroxicloroquina para tratar o coronavírus, uma vez que ainda não foi comprovado cientificamente que é realmente eficiente no combate ao vírus, Donald Trump continua a insistir que a hidroxicloroquina pode ser a resposta para a Covid-19.

Este sábado, o governo indiano anunciou a proibição de exportar a droga “sem qualquer exceção”. Mas um dia depois dessa decisão ter sido anunciada, Trump ligou ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e pediu-lhe que libertasse a elevada quantidade de stocks de hidroxicloroquina que a Índia possui.

A BBC adianta que Modi estará assim a “considerar” este pedido de Trump, com quem mantém uma relação, e abrir uma exceção.

Os meios de comunicação indianos avançam que o governo de Modi poderá responder a este pedido de Trump já esta terça-feira, depois de analisar as necessidades que o país poderá ter a breve trecho. A Índia detetou até ao momento mais de 3.600 casos do novo coronavírus e registou mais de 100 mortes.

Ashok Kumar Madan, da Indian Drug Manufacturer, confirmou à BBC que a Índia tem capacidade para fornecer hidroxicloroquina aos Estados Unidos e a outros países. “A Índia tem definitivamente a capacidade para responder à procura do mercado local e do mercado global. É claro que as necessidades domésticas devem vir em primeiro lugar, mas temos a capacidade”, afirmou.

No entanto, o entusiasmo de Donald Trump com a hidroxicloroquina tem sido encarado com prudência pelos especialistas, incluindo o principal infecciologista dos Estados Unidos, Anthony Fauci, que já indicou que as evidências de que esta droga pode ajudar no tratamento da Covid-19 são anedóticas.

Um artigo publicado na revista médica Lancet alertou ainda que a hidroxicloroquina pode ter efeitos secundários perigosos, se as doses não forem controladas.

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