Nascido nos Estados Unidos da América, filho de pais portugueses, Matthew Nunes produziu e doou mais de 150 viseiras de segurança em duas semanas para reforçar a luta contra a covid-19 naquele país, com o maior número de infetados e mortes do mundo.
"Gosto muito de ajudar os outros e foi assim que tudo começou (...). Criei uma página na 'GoFundMe' [plataforma online de 'crowdfunding'], onde se pode doar dinheiro e recebi imensas encomendas -- ainda tenho umas 500 para fazer. Decidi que precisava de mais impressoras, para criar as viseiras das pessoas mais rápido", disse o rapaz da cidade de Warren à agência Lusa.
Matthew Nunes usou o dinheiro do "crowdfunding" para comprar mais seis máquinas de impressão 3D, tendo custado cerca de 300 dólares cada uma (275 euros).
O pedido do jovem por mais folhas de acetato, elásticos de costura e bastões de cola quente foi replicado em diferentes páginas na internet, com o endereço de e-mail nunes07059@gmail.com.
Interessado por tecnologia e entusiasmado por ajudar os outros, Matthew Nunes tem recebido doações de materiais para impressão e sublinha: "A minha comunidade tem-me ajudado muito com doações".
Matthew Nunes ficou interessado nas impressoras 3D numa visita a Portugal, por influência do primo Bruno Domingues, que lhe mostrou como é que uma máquina de impressão 3D funcionava.
"Logo que voltei à América, decidi comprar uma impressora 3D. Sou bom em tecnologia e aprendi muito rápido", contou o jovem.
Depois de algum tempo, Matthew soube que o primo imprimia viseiras de segurança em Portugal e pediu o ficheiro de impressão 3D, quando viu um apelo no Facebook de uma trabalhadora num hospital da Nova Jérsia, à procura de materiais de proteção para profissionais de saúde.
"Eu respondi, disse que podia produzir viseiras e recebi logo um monte de pedidos (...). Agora posso mesmo ajudar as pessoas, ao imprimir e moldar materiais", explicou Matthew Nunes.
O jovem também doou 30 máscaras à Polícia, a pedido dos agentes.
"Eu imprimo as viseiras e as pessoas vêm buscá-las a minha casa, para depois distribuir por hospitais, ou vem a polícia buscar e transportar", explicou.
Estudante do 10.º ano na escola secundária de Watchung Hills, que se encontra encerrada devido à pandemia, o jovem 'sophomore' (nome utilizado nos Estados Unidos para frequentadores do 10.º ano, considerado segundo ano de secundário) está a ter aulas e a realizar trabalhos pela internet, sem saber quando é que a escola vai reabrir.
Matthew Nunes ainda não escolheu uma profissão, mas tem a certeza que irá para a universidade para estudar tecnologia.
Quanto às sete impressoras 3D, o jovem também está a pensar doá-las a escolas depois de a crise passar.
Os Estados Unidos já superaram os 20 mil mortos e os 520 mil casos.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 107 mil mortos e infetou mais de 1,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.