Um estudo divulgado esta segunda-feira, cuja publicação mereceu destaque da Reuters, dá conta de que o número de casos do novo coronavírus no Brasil poderá ser até 12 vezes superior ao oficialmente divulgado pelo governo.
A investigação foi realizada por um consórcio de investigadores pertencentes a universidades brasileiras, tendo sido examinados os rácios de mortes até ao dia 10 de abril, dos casos de pacientes recuperados e dos que ainda estão infetados.
Estes dados foram comparados face aos dados publicados pela Organização Mundial de Saúde, fazendo-se uma extrapolação entre os dados 'oficiais' para a realidade demográfica do país, face ao registo que existe para o mundo inteiro.
Segundo esta investigação, apenas 8% dos casos estarão, neste momento, contabilizados, sendo que, neste momento, as normas do governo presidido por Jair Bolsonaro são para que os testes sejam realizados a pacientes com condições severas de Covid-19, deixando para segundo plano o despiste de casos suspeitos ou com sintomas menos agudos.
"O alto número de casos não confirmados pode dar a falsa impressão do controlo da doença e, consequentemente, do abandono das medidas de contenção", explicam os investigadores.
Os investigadores estimam que o número de casos, até 20 de abril, suba, num cenário otimista, até aos 25 mil, sendo que no cenário mais negro este número pode ultrapassar os 60 mil casos confirmados.