"Embora esteja estabelecido em todo o mundo que a lavagem das mãos (...) é a melhor ferramenta de prevenção contra a infeção pela covid-19, este simples ato é difícil numa região onde 74 milhões de pessoas não tem acesso ao equipamento básico para lavar as mãos", sublinha a Comissão Económica e Social para a Ásia Ocidental (CESAO).
Cerca de 31 milhões de pessoas no Sudão não têm lavatórios e sabão, assim como 14,3 milhões no Iémen e 9,9 milhões no Egito, revela num relatório a agência da ONU sediada em Beirute.
A CESAO indica, por outro lado, esperar um "aumento na procura de água na região na ordem dos quatro ou cinco milhões de metros cúbicos por dia", quando o fornecimento de água corrente já é "insuficiente em 10 dos 22 países árabes".
Cerca de 87 milhões de pessoas na região não tem acesso a água potável em casa, o que as obriga a recorrer a fontes públicas de água e as expõe a um maior risco de contrair a doença, sublinha.
"É urgente garantir o acesso a água potável e aos serviços de saneamento a todos e em todo o lado, sem custos para os que não podem, para evitar uma propagação do novo coronavírus", pediu a secretária executiva da CESAO, Rola Dashti.
Também alertou contra "a utilização de água como arma de guerra" nos países em conflito, onde as organizações não-governamentais temem uma catástrofe, nomeadamente nos sobrelotados campos de deslocados.
Segundo a CESAO, "26 milhões de refugiados e deslocados na região estão mais expostos ao risco de serem infetados com o novo coronavírus devido à falta de água, saneamento e serviços de higiene".
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127.000 mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.