Os Estados Unidos -- que em dezembro receberam luz verde da Dinamarca para instalar um consulado em Nuuk, capital da Gronelândia -- vão investir 12,1 milhões de dólares (11 milhões de euros).
"É positivo que a cooperação acrescida entre a Gronelândia e os Estados Unidos se traduza em resultados tangíveis, sob a forma de financiamento de projetos", refere, em comunicado, Kim Kielsen, primeiro-ministro da ilha localizada no Ártico e que tem suscitado o interesse das grandes potências, sobretudo Estados Unidos, China e Rússia.
A Gronelândia é um território rico em recursos naturais, como petróleo, gás, diamantes, urânio, zinco e chumbo, tornando-se muito apetecível para enfrentar os desafios do aquecimento global. Oitenta por cento da ilha, onde ainda não foi descoberto petróleo, está coberta por gelo e as temperaturas descem abaixo dos -30ºC.
Em agosto, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentou comprar a ilha. Ambos os governos da Dinamarca e da Gronelândia nem sequer consentiram em debater a proposta.
Kielsen respondeu que a ilha não está à venda e disse: "A Gronelândia não é da Dinamarca. É da Gronelândia. Espero sinceramente que isso [a sugestão de Trump] não tenha sido a sério."
O Departamento de Estado dos EUA garantiu depois que não há nenhum projeto de compra da Gronelândia. "Queremos um Ártico seguro e estável, onde os Estados Unidos estejam protegidos", disse hoje aos jornalistas um representante do Departamento de Estado norte-americano, não identificado pela agência AFP.
Desde 2009 que a Gronelândia é, em grande parte, independente da Dinamarca, que mantém o controlo da soberania, da moeda, dos assuntos externos e da defesa do território ao qual entrega anualmente 3,6 mil milhões de coroas (483 milhões de euros).