Covid-19: Primeiro-ministro italiano promete abrir escolas em setembro

O primeiro-ministro italiano prometeu reabrir as escolas apenas em setembro para não comprometer a "saúde das crianças" devido à pandemia de covid-19, numa entrevista publicada hoje pelo jornal La Repubblica.

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Lusa
26/04/2020 09:53 ‧ 26/04/2020 por Lusa

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"A escola está no centro das nossas ideias e será reaberta em setembro. Todos os cenários preparados por um comité de especialistas previam altos riscos de contágio em caso de reabertura (antes de setembro) das escolas", afirmou Giuseppe Conte.

"É a saúde das nossas crianças que está em jogo", continuou o governante, quando as escolas estão fechadas desde o início de março devido à epidemia de covid-19, que já matou mais de 26.000 vidas no país, o mais atingido na Europa.

Conte confirmou também que o Governo trabalha num plano de desconfinamento dos italianos e de reabertura da atividade industrial a curto prazo, a partir de 04 de maio.

"Estamos a trabalhar para permitir a reabertura de uma boa parte das empresas, do setor da indústria transformadora ao da construção, a partir de 04 de maio", assegurou o chefe do governo italiano.

O plano vai ser anunciado "o mais tardar no início da próxima semana", adiantou, advertindo que as empresas devem assegurar "o cumprimento rigoroso dos protocolos de segurança", como o distanciamento social e o uso de máscara.

Giuseppe Conte especificou que o plano abrange "atividades produtivas e industriais mais viradas para a exportação, face ao risco de perderem os circuitos internacionais.

O primeiro-ministro italiano assegurou que o Governo está a trabalhar, de uma maneira geral, para "dar um horizonte aos agentes económicos" de bares, restaurantes e outras atividades turísticas, que vão abrir em último, para lhes dar tempo de "adotarem todas as precauções necessárias ao reinício da atividade dentro das condições de segurança".

Em relação à liberdade de circulação, até agora limitada em exclusivo ao concelho de residência e apenas para deslocações relacionadas com trabalho ou saúde que qualquer cidadão deve comprovar, Conte adiantou que as "medidas vão ser menos rigorosas", sem acrescentar pormenores.

"Não estamos ainda em condições de restabelecer a plena liberdade de movimentos (...), mas garantiremos mais movimentos, mantendo as garantias de prevenção e contenção do contágio", prometeu o chefe do governo italiano.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (53.280) e mais casos de infeção confirmados (mais de 900 mil).

Seguem-se Itália (26.384 mortos, mais de 195 mil casos), Espanha (22.902 mortos, mais de 223 mil casos), França (22.614 mortos, cerca de 160 mil casos) e Reino Unido (20.319 mortos, mais de 148 mil casos).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.

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